Resenha: Al-Aisha e os Esquecidos - Marcel Simões Colombo @NovoSeculo @novostalentosbr

Informações do livro:                                 
Título: Al-Aisha e os Esquecidos
Autor: Marcel Simões Colombo
Editora: Novo Século
Páginas: 432


Sinopse: Como num sopro de dragão, um fantasma surge em seu quarto, surgindo no lugar que você jurava ser o local perfeito e seguro. Mas essa aparição é apenas o começo de longos acontecimentos estranhos que estão por vir. Será que você sobreviveria à queda de uma estranha bola de fogo, que poderia destruir, quase que por completo, a sua cidade? Estaria pronto para descobrir o que existe dentro da destruição e da fumaça que se forma, indo muito além da imaginação de seu mundo? O seu mundo está para se colidir com um outro, e isso poderá mudar tudo… Até mesmo o seu destino. Tudo poderá acontecer e, de uma forma ou de outra, sua vida irá mudar para sempre, não importa onde e nem como. Siga as ordens de um coelho ranzinza, ajude o seu misterioso amigo, perdoe quem você jamais perdoaria, ame de verdade e deixe que eu seja a sua guia nessa jornada. Eu me chamo Al-Aisha e irei te guiar. Mas, antes, preciso saber: Você está pronto para ser esquecido?




Resenha: “Al-Aisha”. Que nome incomum, não? No mínimo intrigante, e essa foi só a sensação inicial ao começar a leitura do livro de Marcel Colombo. Estranho mesmo foram os acontecimentos narrados na sequência. Mas vamos por partes. É preciso destacar a maneira irreverente ao qual Al-Aisha se apresentou logo no prólogo. Ela é a responsável por contar esta história e de cara você se pergunta: mas quem é ela de verdade? Não é humana nem tampouco uma deusa. É apenas um ser único, observador e inquestionável, repleta de mistérios e surpresas. E sua história narrada, começa justamente quando as luas ShAi e MaHai se encontravam alinhadas e cheias – no dia primeiro de outubro de 1998.


“Ah, me desculpe! Não me apresentei ainda, me chamo Al-Aisha. Não sou uma deusa. Não sou uma receptora desta dádiva, se é que posso dizer que ser um Deus seja uma dádiva. Também não sou humana, igual a todos aqueles que povoam o seu mundo, como seus pais, seus avós, seus entes queridos, seus amigos e todo o resto, até mesmo aqueles que você não conhece e chama de desconhecidos.” Pg.09-10


O livro mantém um ritmo de leitura leve e ágil justamente por sua divisão, que se faz em quatro partes. A principio somos conduzidos a entender o ritmo dos acontecimentos, bem como o conhecimento dos personagens que fazem a composição do enredo. Al-Aisha é excepcional e faz com que o leitor se sinta a vontade e se divirta com a maneira cômica e irreverente ao qual ela percebe as coisas ao seu redor. O personagem central se chama Lucas, um menino encantador que de uma maneira incomum, precisou amadurecer mais rápido que o normal, pelo fato de acontecerem tantas coisas ao mesmo tempo, incluindo um mundo totalmente novo.


“Mas será? Não poderia ser um dragão. O que um dragão estaria fazendo em seu banheiro? E como um dragão, tão grande, caberia em seu banheiro? Era um filhote de dragão! Só podia ser, tinha de ser,e por Deus, que não fosse um filhote de dragão.” Pg.25


O Sr. Fofinho chega para bagunçar tudo de uma vez. E sabe quem – ou o quê – é ele? O ursinho de pelúcia de Lucas que do nada começa a falar – sem parar. E que coelho rabugento. Cadê a educação? E como gostava de reclamar de tudo. Sem dúvidas nenhuma, posso dizer que Sr. Fofinho foi o personagem mais chamativo de “Al-Aisha e os Esquecidos”. Impossível não soltar umas boas gargalhadas com seu jeito ranzinza e sarcástico. E mesmo assim, acaba se tornando uma peça fundamental e muito divertida no caminho de Lucas, assim como o apoio de seu melhor amigo Drinho, de Thomaz, Henrique e Natália. As descrições dos próprios personagens e suas transições de vida são muito bem representadas, assim como todas as ações que ambos realizam na trama.


“O fato é que ele queria respostas e provavelmente as perguntas – algumas delas – nem eram tão difíceis assim de serem respondidas. Faltava algo para que aquele sentimento de peso em seu peito fosse de vez arrancado, que o nó na garganta que o sufocava fosse desfeito, para que aquelas dores de cabeça que sempre sentia quando questionava demais sumissem de uma vez...faltava coragem.” Pg.105-106


Nosso mundo está envolvido em mais mistérios do que todos poderiam imaginar e agora é preciso encontrar uma solução para combater o caos que está se alojando. Como já citei anteriormente, este livro contém uma narração bem humorada e acima de tudo um toque sensacional de magia, suspense e romance. Mais um excelente livro escrito por um autor nacional.


“E lá ele ficou. Esquecido. Sem ser lembrado. Não seria desta forma que entraria para a história. E nenhuma outra máquina e nenhum flash procuravam mais por ele.” Pg.235


Classificação SEL: 4/5

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