Resenha: Brincos de Ouro e Sentimentos Pingentes - Luiz Antonio Aguiar @EditoraBiruta

Informações do livro:                                 
Título: Brincos de Ouro e Sentimentos Pingentes
Autor: Luiz Antonio Aguiar
Editora: Biruta
Ilustrações: Gustavo Piqueira e Samia Jacinto
Páginas: 144



Sinopse: "beijo tem gosto, tato, tontura e lembrança." Este é um dos versos que a narradora dessa história, Manuela, escreve enquanto vai descobrindo os prazeres e frustrações do seu "primeiro amor". A história é um vai-e-vem poético que avança e volta no tempo, que vai do presente para o passado, que conta o início de uma paixão quando a heroína tem 11 anos e agora que ela tem 16 e sabe que um amor de verdade não tem hora nem dia marcados, é uma vivência que nunca tem fim. Ele se chama Pedra Cláudio, é oito anos mais velho do que ela, segue a carreira de músico e tem medo de amar uma garota que mostra para ele que o amor não tem idade e só sabe seguir a cronologia do coração. Brincos de ouro e sentimentos pingentes é um livro que revela com delicadeza e ao mesmo tempo sem falso pudor que o final mais feliz de uma história de amor é deixar naturalmente o amor acontecer. Afinal de contas, para Manuela "é na dor" que ela parece confessar com o próprio corpo nos seus poemas que tornam essa história de amor mais amorosa ainda.



Resenha: Sou uma grande admiradora do trabalho de edição dos livros da Editora Biruta/Gaivota e o complemento das ilustrações só favorece a minha contemplação. Em “Brincos de Ouro e Sentimentos Pingentes” somos apresentados a uma história que de início, o leitor não poderia imaginar muita coisa, então posso dizer, com certeza que possui um enredo revelador e ainda mais...apaixonante.


“No que botou os olhos em mim, o Pedro Cláudio soltou uma risadinha, e aquilo doeu. Fiquei morrendo de vergonha dos meus olhos inchados, das minhas bochechas molhadas, do meu jeito ali, toda criancinha..Foi isso e muito mais que ele deve ter pensado de mim: criancinha!” Pg.18


A personagem principal se chama Manuela. E sim, ela é muito romântica. E através de suas narrações conhecemos o amor juvenil que foi se desenvolvendo durante certo período de tempo. Manu conheceu Pedro Cláudio quando tinha apenas 11 anos e a partir deste momento, conhecemos todas as emoções e sentimentos vividos por ela até completar seus 16 anos. 

O mais interessante é que o leitor interage com as sensações transpassadas, ou na melhor das hipóteses, entende e se vê mais perto de cada pensamento dela. Como exemplo, é possível destacar as passagens em que Manuela se vê com raiva e indignada, ou simplesmente pelos poemas com assuntos mais triviais – ou não. A menina sempre gostou dele, apesar de já ter vivenciado outros amores e outras decepções. Ela sempre acabava pensando em Pedro Cláudio.


“Boba, sua menina boba! Pra quem pensa que está dançando, pirralha? Pra ele! Ele não está na plateia. Vai ver nem sabe seu nome ainda! E você, aí, se olhando no espelho, está chorando por que, com esse brinco na mão? Boba, sua menina boba!” Pg.31


Pedro Cláudio era mais venho que Manuela, e no começo demonstra um pouco de medo diante dos sentimentos demonstrados por uma garota bem mais nova que ele.


“Acho que eu sempre amei você demais, seu calhorda. Demais pra mim mesma. Mais do que devia, e mais, eu acho, do que eu devia poder. Só entende quem já passou por isso. É na dor, naquela dor que rasga e sufoca que a gente começa a entender quando um amor não cabe lá dentro, quer sair, tem de sair. Ou mata. Daí, essa vontade louca de beijar.” Pg.76


Delicadeza define essa leitura de várias maneiras concretas, dinâmicas e intensas. Possui um estilo inovador e muito jovial, por esse motivo posso afirmar que a linguagem descreve com maestria, todas as fases de uma amizade reveladora com um final motivador.


“E doeu...Pra sempre! Dói ainda, quer ver onde? Aqui, aqui e aqui! Não abra essa boca de espanto. É, dói aqui também! Dói, dói...Dói! Eu te amei demais! Era demais até pra você.” Pg.82


Classificação SEL: 4/5

Comentários

Aline Coelho disse…
Pela sua resenha a historia pareceu interessante, mas confesso que a capa não me convenceu.