Título: A invenção das asas
Título
original: The Invention of Wings
Autor: Sue Monk Kidd
Editora: Paralela
Páginas: 328
Sinopse: Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos. Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.
Resenha: “A invenção das asas” possui uma
narrativa profunda, sensível e sutil. O jeito como Sue Monk Kidd escreve é literalmente ‘de cortar o coração’ em todos
os sentidos. O leitor se sente extasiado por poder acompanhar algo surreal e ao
mesmo tempo tão realista. Mas principalmente por ficar sem palavras em diversos
momentos, e mesmo depois de finalizar a leitura, a história não sai da cabeça
tão facilmente. Cada trecho possui uma mensagem nas entrelinhas e leva a crer
que sempre existe mais do que se pode imaginar.
Há uma divisão de seis partes na obra, entre os anos
de 1803 à 1938. São momentos relevantes e desvendados com clareza e discrição. A
narração se alterna entre Encrenca e Sarah. Hetty “Encrenca” Grimké se mostrou muito esperta, um tanto quanto
engraçada, irônica e ousada desde pequena. É o tipo de personagem que se
destaca logo no início e tem muito mais a ensinar ao longo dos acontecimentos.
Encrenca era seu nome de berço (sendo que havia o nome oficial) e, com certeza,
fazia jus ao nome e apesar de ser escrava, não se intimidava com qualquer coisa
e era bem indelicada e observadora.
Os detalhes são visíveis e é como se houvesse um leve
vislumbre dos locais e pessoas detalhadas. Algo que parece tão simples, mas só
acontece pelo fato de haver uma enorme interação nas palavras, misturando ação e sentimentos contraditórios. As
dificuldades e as tristezas são muitas e ainda assim é possível perceber as justificativas
certas e os lados dignos da trama, fazendo com que se torne completa e brilhante.
Sarah Grimké, filha de um
aristocrata, é apresentada com certo
desajuste. Talvez não quisesse – ou
achava que não era capaz – passar a sensação de ser corajosa ou audaciosa,
mas afinal de contas era tudo isso e muito mais. Além disso, amava os livros
com uma intensidade e progressos inexplicáveis, e ansiava por uma educação
melhor e pela igualdade.
Fizeram uma festa em seu aniversário de onze anos e
neste dia ganhou sua própria dama de companhia: Encrenca fora o seu presente, e,
diga-se de passagem, o mais valioso. Sarah não quis aceitar, mas é obvio que
ambas tiveram que se submeter aos seus postos. E de diferentes maneiras, foi
muito difícil para as duas.
Sarah era resistente a escravidão, ainda que fosse
submetida a viver nesse meio. Apesar disso, sabia que suas ideias eram
estranhas e nunca iam ser aceitas nessa época e ainda seria considerada como
uma revolucionaria, ou algo pior. O fato é que Sarah e Encrenca se completaram,
simplesmente por acreditarem em princípios diferentes de todos e serem fieis
aos seus pensamentos. Simbolizavam a inquietação e a descontentamento.
Posteriormente, a irmã mais nova de Sarah, Angelina, também entra em cena e a
ajuda a manter seus ideias e lutar por eles.
É notável que a autora se baseou nas suas pesquisas e em
histórias reais para escrever o livro, porém o destaque está na formalidade com
os quais os fatos são expostos. É a importância das emoções que contam e como o
rumo da vida das personagens tem relevância, inspiração e sentido, mesmo com
tantos perigos e assombros da época retratada.
“Houve um tempo na África, as pessoas podiam voar. A
mamã me contou isso uma noite, quando eu tinha dez anos de idade. Ela disse:
‘Encrenca, sua vovozinha viu com os
próprios olhos. Disse que eles voavam sobre as árvores e montanhas. Disse que
voavam que nem pássaros negros. Quando viemos pra cá, a magia ficou pra trás”.
Pg.09
Classificação SEL: 5/5
Comentários
Beijos.
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Leituras, vida e paixões!!!