Título: Belleville
Ficção Brasileira
Autor: Felipe Colbert
Editora: Novo Conceito
Selo: Novas Páginas
Páginas: 304
Sinopse: Se pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício... Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão – e para um pedido de socorro...
Resenha: “Belleville”, de Felipe Colbert, pode
ser definido por uma palavra: impressionante. Não li nada a respeito quando
comecei esta leitura e talvez essa tenha sido a vantagem. Me surpreendi com uma
narração altruísta e sutil, cenas dramáticas e personagens honrosos. A história
é muito emocionante e as sensações repassadas ao leitor são definidas com
clareza e objetividade.
Lucius é o
protagonista desta trama enigmática e comovente. De início, ele passa a sensação
de ser bastante acomodado, porém aos poucos vai se revelando uma pessoa mais
emotiva e honrosa. Ao seu mudar para uma casa que parecia bem simples – mas foi
se revelando bem misteriosa – ele nunca poderia imaginar que sua vida poderia
mudar tanto. As descrições dos locais e de cada objeto encontrado no decorrer
do enredo são peças fundamentais para o melhor entendimento dos fatos.
Ele se depara com uma
montanha-russa incompleta e este brinquedo é a passagem fundamental para
uma comunicação inesperada e singela. A narrativa se alterna entre passado e
presente e nessa trajetória nos deparamos com muitos detalhes relevantes e
tocantes.
O pai de
Anabelle tinha o sonho de terminar a construção da
montanha-russa dentro da sua casa, a “Belleville”.
Por esse motivo ela resolveu escrever a carta, com o intuito de que alguém a
encontrasse algum dia e terminasse esse trabalho. O serviço parece ser
impossível, mas algo fantasioso acontece, desestabilizando as crenças e dando
novas esperanças.
Anabelle é uma garota sutil e muito delicada, e que
vive no ano de 1964, num ambiente
bem peculiar e por vezes revoltante. A pergunta é: como os dois se encaixam? Lucius se mudou para a casa em que ela
habitava e após encontrar uma carta da moça, precisa rever seus conceitos e
decidir o que deve fazer.
Ambos estavam solitários e se mostraram incompreensíveis
com a estranheza da situação. Começam a
conversar por meio de cartas, mas como se acostumar com o fato de que ela é
do passado e ele do presente? Seria algum tipo louco de delírio? O autor
conseguiu inserir os sentimentos e as emoções conturbadas destes personagens
com clareza, facilitando o entendimento e as percepções sobre as atitudes de
cada um.
É uma leitura emocionante e eu não imaginava que fosse
me encantar tanto por esta trama. São episódios inéditos que chamam a atenção
por causa da simplicidade e ao mesmo tempo pelo jeito intenso e revelador.
“Devagar e com a delicadeza de um arqueólogo que
encontra um artefato militar, posicionei-a no chão e retirei a tampa. Para
minha surpresa, o tesouro era uma carta, e a caligrafia que se revelava no
papel, bastante requintada. Quem escreveu demorou-se no ritual de desenhar cada
letra. Foi a primeira carta que eu li começando pelo fim. Anabelle. Era esse o
nome dela.” Pg.27
Classificação
SEL: 5/5
Comentários
Sempre que eu lia a sinopse do livro, eu ficava meio perdida, porque não há muitas informações claras. Agora, lendo a resenha, consegui entender mais a história, e fiquei morrendo de vontade de ler!
Beijos! || ape56.blogspot.com
Essa é a primeira resenha desse livro que leio e posso dizer que gostei, mas ainda não é uma prioridade. Valeu pela dica!!!
Leituras, vida e paixões!!!