Título: As estranhas e belas mágoas de
Ava Lavender
Título
original: The Strange and Beautiful Sorrows of Ava Lavender
Autor: Leslye Walton
Editora: Novo Conceito
Páginas: 304
Sinopse: Gerações da família Roux aprenderam essa lição da maneira mais difícil. Os amores tolos parecem, de fato, ser transmitidos por herança aos membros da família, o que determina um destino ameaçador para os descendentes mais jovens: os gêmeos Ava e Henry Lavender. Henry passou boa parte de sua mocidade sem falar, enquanto Ava que em todos os outros aspectos parece ser uma jovem normal nasceu com asas de pássaro. Tentando compreender sua constituição tão peculiar e, ao mesmo tempo, desejando ardentemente se adaptar aos seus pares, a jovem Ava, aos 16 anos, decide revolver o passado de sua família e se aventura em um mundo muito maior, despreparada para o que ela iria descobrir e ingênua diante dos motivos distorcidos das demais pessoas. Pessoas como Nathaniel Sorrows, que confunde Ava com um anjo e cuja obsessão por ela cresce mais e mais até a noite da celebração do solstício de verão. Nessa noite, os céus se abrem, a chuva e as penas enchem o ar, enquanto a jornada de Ava e a saga de sua família caminham para um desenlace sombrio e emocionante.
Resenha: Não sabia muito o que esperar de “As estranhas e belas mágoas de Ava Lavender”,
porém logo o que mais me surpreendeu foi a narrativa sensível, diante de
palavras doces e ao mesmo tempo marcantes. Impossível citar só algumas características
a respeito deste livro, sendo que há muito mais a ser explorado de acordo com
as sensações repassadas através dessa leitura.
Ava é uma garota repleta de
peculiaridades, mas no fundo é tão normal quanto as pessoas ao seu redor – pelo
menos é assim que sempre se sentiu. Ela nasceu com asas, diferentemente de seu
irmão gêmeo Henry. Não havia explicações plausíveis para tal acontecimento,
assim como também não seria possível fazer a remoção das asas, já que eram
ligadas ao sistema do corpo e os riscos eram enormes.
A fantasia está presente nas
entrelinhas, mas isso não impede que a trama transpasse uma realidade sensacional.
Conhecemos gerações diferentes de uma família e o melhor é que cada uma possui
uma estrutura que complementa os acontecimentos e suas devidas explicações. É
algo que se torna intricado por ser tão completo e contextualizado, mesmo que
seja melancólico na maioria das vezes.
Existem muitas partes que podem mesmo
serem consideradas estranhas, mas nada deixa de ser tão agradável e carismático.
A escrita é honesta demais, principalmente por explorar sentimentos tão
abrangentes, como o amor, as aspirações, as preocupações, os tormentos e as perdas
inesperadas. Tudo se torna mais interessante pelo fato de muitas pessoas
entrarem em cena, sendo que há uma sutil exploração de cada personalidade.
A gente fica pensando como algumas
coisas poderiam ser diferentes, mesmo sendo só devaneios ou ficção. Nem é tão
fácil explicar as emoções sobre esse enredo triste e incompreensível. Ainda
assim, é possível afirmar que nem tudo está perdido e que há aspectos positivos
que garantem uma leitura romântica, refrescante, certamente diferente e
memorável.
A personagem narra momentos de sua
juventude, traços da memória que, de fato, são muito relevantes diante de
tantos questionamentos, receios, descobertas e outras dúvidas diversas. É
perceptível o quanto tentou compreender as diferenças e origens, mas no fim,
acredito que, a mensagem principal fica por conta da aceitação, da paciência e
da fé.
“Para Muitos, eu era um mito
encarnado, a personifi cação de uma lenda magnífi ca, um conto de fadas. Alguns
me consideravam um monstro, uma mutação. Para meu infortúnio, certa vez fui confundida
com um anjo. Para minha mãe, eu era tudo. Para meu pai, absolutamente nada. Para
minha avó, eu era um lembrete diário de amores havia muito tempo perdidos. Mas
eu sabia a verdade — no fundo, sempre soube.” Pg.07
Classificação SEL: 4/5
Comentários
Beijos
Leituras, vida e paixões!!!