Título: A garota que tinha medo
Autor: Breno Melo
Chiado Editora
Páginas: 280
Sinopse: Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.
Resenha: “A
garota que tinha medo” é um livro sensível, que trata de problemas sérios
como a síndrome do pânico e dilemas diversos. O autor Breno Melo soube explorar
muito bem as fronteiras da personagem principal, fazendo analises interessantes
sobre sua vida, diante de experiências conturbadas, diferentes e ainda mais
importantes.
Fiquei bastante interessada pelo
assunto retratado, já que é um tema relevante para ter conhecimentos mais
específicos e complexos. Por falar nisso, o principal destaque segue mesmo por
conta dessas passagens – repletas de expectativas – e do modo como há a
inserção de todas as informações e de como são discriminadas nas cenas.
Marina faz uma narrativa complexa
sobre sua rotina, suas perspectivas e tantos outros acontecimentos e
descobertas recentes. É fácil perceber o quanto se sente um tanto insegura em
relação a algumas escolhas, e dá até para identificar vários traços de nossa
própria realidade. Fica ainda mais vulnerável quando começa a ter as crises,
isso porque ela não tem como se preparar para essas ocorrências.
É uma leitura crível, sensata e muito
objetiva. A gente sabe que as pessoas podem ter vários receios com
transformações inesperadas, e é preciso ter muito apoio e atenção nessas horas.
A narrativa também deixa claro que a conversa é um dos princípios básicos para
interpretar os sinais a respeito de medos, personalidades e afins.
A época relacionada aos estudos do
pré-vestibular pode demonstrar todo o medo de Marina, isso porque são situações
novas e ela não sabe como agir nesses momentos. Quando sente que há a
necessidade de procurar ajuda, consegue pensar bem em todas as suas atitudes,
até mesmo nos seus momentos de fraqueza.
Apesar de tudo, há momentos em que o
texto passa a sensação de haver certo deslocamento dos personagens
apresentados. Esse detalhe pode fazer com que o leitor se sinta meio confuso
nesses casos, mas é claro que são aspectos que não atrapalham de modo algum a
leitura. É apenas um comentário a respeito de cenas específicas, analisadas
sobre meu ponto de vista.
“Quem
supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os
enfrentou” Pg.183.
Classificação SEL: 3/5
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