Sinopse: É mês de julho, Na Penitenciaria por ser feita em concreto todas estações são mais percebidas, o inverno é mais frio, no verão mais calor, e nesse julho não era diferente dos demais invernos, bem frio dentro da Cidade de concreto, e tudo na cadeia ganha maiores dimensões, um crime contra o Estado, se cumpre uma pena, mais um crime, contra o crime, é um crime capital, na sociedade paralela dentro dos Presídios. E a pena é exemplar, e nessa segunda feira, todas as segundas feiras, foram batizadas como “segunda sem Lei”, pois os devedores tinham até o domingo para acertar suas dívidas e nos domingos vinham à tona qualquer deslize ou mentira sobre a atitude de algum preso que cometesse o crime capital. Pois segunda era o dia do acerto de contas. E essa seria uma segunda sem Lei, pois o clima estava pesado, como o frio que pairava no lugar, os presos não conversavam com os guardas como de rotina acontecia, e o faxina passou próximo da gaiola cantando o hino de Louvor, “ segura na mão de Deus, segura na mão de Deus, pois ela te sustentara…” esse era a deixa para avisar que alguém iria morrer. E nesse clima que decorrem as histórias de Odivan Marcio Pereira Pinto em “A vaga está lá, esperando por você”, em um clima pesado, tenso, com histórias de finais felizes e outros nem tanto assim, mais com a essência do dia a dia, entre sentenciados e funcionários, dentro do sistema prisional. Clima que está sempre em ebulição, apagando um pouco do pavio desse barril de pólvora. Ambos pelas suas escolhas.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES: Hoje vim compartilhar com vocês sobre a minha leitura atual. O livro A vaga está lá, só esperando por você é uma obra nacional escrita por Fernando Bizarra.
Odivan Márcio Pereira Pinto, um jovem de 22 anos já passou por várias experiências de trabalho diferentes. Até que em 1998, ao tentar a sorte, passou no serviço público para trabalhar em uma penitenciária.
Logo no primeiro capítulo, ele fala que vai narrar a história dele diante tudo que presenciou - seja por meio de sua história ou por outras que conheceu.
O personagem explora bem suas emoções e as questoes dos procedimentos situados em sua rotina diária. Muitas coisas podem acontecer nas 12 horas de plantão...
E segue sendo desde a parte do nervosismo e tensão de quando se apresenta no novo serviço até a dinâmica do local, referências e outros ensinamentos que são repassados com o tempo.
Uma leitura que já se mostra instigante demais por conta de sua proposta de narrativa. Ao longo das páginas, fica bem perceptível acompanhar os medos, dúvidas e mais questionamentos que vão surgindo sobre a profissão e o dia-a-dia envolvido.
Interessante destacar que o autor é agente penitenciário há 26 anos. Então, claro que é mais do que compreensível a sua motivação em escrever essa obra. A curiosidade em saber como é, de fato, trabalhar em presídio é enorme.
Em breve resenha.
Resenha: "A vaga está lá, esperando por você", obra nacional escrita pelo escritor e funcionário público, Fernando Bizarra, oferece uma análise perspicaz, curiosa e envolvente diante do ambiente priosional e das complexidades nesse universo.
Por meio de descrições, linguagem, características e elementos carregados de tensão e suspense, não há como negar que toda essa atmosfera é extremamente intensa e ao mesmo tempo considerada visceral.
A narrativa também se mostra profunda, pesada e complexa nessa rotina impactante. E é aberta a discussões por conta dos desafios expostos pelos personagens. As estações passam e cada uma delas se mostra mais intensa do que a habitual. Mais um elemento a ser percebido nesse local.
Além do clima frio no mês de julho, é possível compreender bem todas as emoções inseridas em torno dos personagens e seus dilemas no dia-a-dia.
Há muitos perigos envoltos por escolhas que podem mudar o destino de cada um dos citados nesse enredo. A linha tênue entre o certo e o errado nunca foi tão marcante como nesse serviço.
Assim, a moralidade é um dos assuntos que pemeiam todo esse decorrer na penitenciária. Explicações são essencias, mesmo porque o leitor adentra "de cara" nos crimes compreendidos, nas brigas e em tudo que os funcionários vivenciam.
É um cenário fictício diante todas as representações. O contexto é muito interessante, visto o que envolve acerto de contas em tal mundo em suas tantas complicações e julgamentos. E o modo como Fernando insere isso na narrativa deixa tudo ainda mais dinâmico.
Ao longo das histórias, surgem questionamentos relacionados à justiça, relacionamentos, opressão, violência, ilusão, esperança, liberdade, redenção e sobrevivência. Estes são expostos por meio de uma visão crua, e portanto, realista demais.
De forma implacável, provocativa por vezes desesperadora, incerta e ao mesmo tempo repleta de fragilidade, acaba sendo interessante acompanhar tal cotidiano em todas as visões compreendidas.
Classificação: 5/5
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