Sobre o livro:
Sinopse: A infância é um território delicado, e poucos retornam a ele ilesos. Inocêncio, o protagonista deste romance, carrega um nome que é, ao mesmo tempo, sentença e dúvida. Na tarde em que o irmão caiu da quaresmeira do quintal, uma vida se perdeu e outra passou a ser assombrada por um silêncio irrespondível. Apenas Céu, a empregada de nome premonitório, testemunhou a cena. E sua versão dos fatos, como tudo o que é essencial, logo se perdeu. Acompanhamos Inocêncio pela trilha tortuosa de suas culpas: o afastamento dos pais, os anos no internato, a vergonha calada diante dos próprios fantasmas, o peso insuportável de um sobrenome que se confunde com crimes abafados em fazendas no Mato Grosso. Na vastidão da floresta, entre seringueiros e indígenas, ele buscará um alívio impossível — ou, quem sabe, apenas o direito de contar a própria história antes que ela se dissolva no esquecimento. Ricardo Trinca conduz o leitor por uma narrativa vibrante, onde memória e delírio se entrelaçam como os ramos frágeis da árvore fatídica. “Inocência” é uma viagem profunda pelos labirintos da culpa, do luto e da difícil arte de sobreviver à própria história. Um romance que, ao final, nos faz perguntar: é possível algum dia estar livre daquilo que fizemos — ou deixamos de fazer?
Resenha:
“Inocência”, de Ricardo Trinca, não é apenas um romance, é uma travessia pela memória, pelo silêncio e pelas marcas invisíveis que moldam a infância. O livro mergulha em um território delicado: as lembranças de um narrador que revisita os episódios que o marcaram profundamente, misturando realidade, fantasia e a tênue linha entre verdade e invenção. 🌿
Desde as primeiras páginas, a narrativa revela uma escrita sensível, poética e, ao mesmo tempo, brutal. Trinca constrói uma atmosfera que oscila entre o lirismo e o desconforto, expondo o leitor a imagens vívidas — como a queda do irmão, o peso da ausência da mãe e a figura enigmática de Céu, a empregada que testemunha segredos que não deveriam ser revelados. Esses momentos, descritos com intensidade, revelam não só a dor, mas também a inocência perdida de uma infância que não volta.
O grande mérito da obra está em como ela transforma lembranças em matéria literária. A cada capítulo, o leitor sente o choque entre a leveza da imaginação infantil e o peso da realidade adulta. Essa dualidade cria uma narrativa envolvente, que obriga quem lê a confrontar suas próprias memórias e a refletir sobre como o passado nos molda — não apenas pelo que aconteceu, mas também pelo que escolhemos lembrar ou esquecer.
Motivos para ler?
A escrita de Trinca combina beleza poética e crueza existencial, prendendo o leitor pela força das imagens.
O livro fala de família, culpa, memória e silêncios, temas universais que tocam a todos.
A narrativa é construída de forma fragmentada, como pedaços de lembranças, o que aproxima o leitor da experiência íntima do narrador.
É uma obra que desperta reflexão, desconforto e empatia, revelando que a inocência muitas vezes é ferida pelas verdades não ditas.
“Inocência” não é apenas uma leitura, mas uma experiência transformadora. É daqueles livros que ficam reverberando mesmo depois de fechado, como uma cicatriz que insiste em doer. Ler Ricardo Trinca é ser confrontado com a delicadeza da infância e a violência escondida atrás das cortinas do lar.
👉 Se você busca uma obra capaz de emocionar, provocar e fazer repensar a forma como olhamos para nossa própria história, “Inocência” é a escolha perfeita.
💭 E você, estaria disposto a revisitar suas próprias memórias, mesmo aquelas que doem?
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Classificação: 5/5
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