Resenha: Rin Tin Tin - A Vida e a Lenda @EdValentina

Informações do livro:                                 
Título: Rin Tin Tin
A Vida e a Lenda
Título Original: Rin Tin Tin: the life and the legend
Autor: Susan Orlean
Editora: Valentina
Páginas: 296




Sinopse: Ele achava que o cão era imortal. Assim começa a vasta, poderosa e comovente narrativa de Susan Orlean sobre a jornada de Rin Tin Tin – de sobrevivente órfão a astro do cinema e ícone internacional do showbiz. Suzan, redatora da New Yorker chamada de “patrimônio nacional” pelo Washington Post, passou cerca de dez anos pesquisando e escrevendo sua mais cativante obra: a história de um cão que nasceu em 1918 e nunca morreu. A narrativa começa num campo de batalha francês da Primeira Guerra Mundial, quando Lee Duncan, um jovem soldado americano, descobre um sobrevivente: um pastor-alemão recém-nascido nas ruínas de um canil bombardeado. Para Duncan, que passou parte da infância num orfanato, a sobrevivência do cão fora um milagre. Havia algo em Rin Tin Tin que o compelia a compartilhá-lo com o mundo. Duncan o levou, então, para a Califórnia, onde suas aptidões físicas e a capacidade de representar chamaram a atenção da Warner Bros. Durante os dez anos seguintes, Rinty estrelou 23 sucessos do cinema mudo que salvaram o estúdio da falência e fizeram dele o cão mais famoso de todos os tempos. No auge da popularidade, Rin Tin Tin foi o campeão de bilheteria de Hollywood. Ao longo das décadas seguintes, Rinty e seus descendentes fizeram a conturbada jornada do cinema mudo ao falado, do preto e branco à cor, do rádio à televisão, culminando no seriado de TV As Aventuras de Rin-Tin-Tin, um dos mais populares programas da época do baby boom. O legado do cão herói foi consolidado por Duncan e alguns outros – como Bert Leonard, o produtor do seriado da TV, e Daphne Hereford, a proprietária do atual Rin Tin Tin –, que dedicaram a vida para assegurar a imortalidade da lenda. Na essência de Rin Tin Tin – a Vida e a Lenda há um tocante estudo do duradouro vínculo entre os humanos e os animais. Mas o livro é também uma história ricamente matizada da indústria do entretenimento e do empreendedorismo no século XX. Abarcando um período de 90 anos, ele aborda a mudança de status dos cães, de ajudantes em fazendas a membros diletos das famílias urbanas, da origem do treinamento para a obediência à evolução genética das raças, da ascensão de Hollywood ao passado e presente dos cães de guerra. Rico de humor e emoção, repleto de momentos que certamente levarão o leitor às lágrimas, Rin Tin Tin fez parte da prestigiadíssima lista dos 100 MELHORES LIVROS DO ANO do New York Times, principalmente por ser uma mescla irresistível de história, humanismo e maestria narrativa – esplêndida celebração de um grande ícone universal por uma das mais talentosas escritoras da atualidade.




Resenha: Quem nunca ouviu falar de Rin Tin Tin, também conhecido como Rinty, um dos cães mais famosos do cinema? E mesmo que o leitor não o conheça, a autora Susan Orlean apresenta uma história complexa e muito bem trabalhada, diante de pesquisas extensas e relatos emocionantes. 

Neste enredo, conhecemos então a vida e a personalidade em geral de Lee Duncan, desde a época de garoto até quando estava adentrando em sua vida profissional – no exército –, e inclusive quando encontrou o cão. O ambiente se passava diante da Primeira Guerra Mundial, num tempo de perversidades e angustias.


“Rin Tin Tin foi amado, é verdade, no mundo inteiro, por milhões de pessoas com famílias incólumes e nenhuma lacuna em sua  felicidade, mas significa algo de especial para os portadores de ausências persistentes. No fim das, contas, ele foi uma grande companhia para os que não tinham companhia.” Pg.20


Um dos primeiros fatos relatados foi referente a importância dos cães neste período, que acabavam sendo usados em diversos tipos de tarefas, desde puxar carroças, eliminação de roedores das trincheiras até suicidas largados em regiões opostas com explosivos vinculados ao corpo. 

A verdade é que, independente da raça, qualquer cão poderia se juntar na guerra e ser um cão militar. Em consequência, somos apresentados ao ‘desenvolvimento’ da raça pastor-alemão e suas habilidades confiáveis e corajosas. Logo, a narração traça os passos de Rinty, bem como suas adversidades, seus desempenhos em competições e afins e principalmente sobre sua lealdade com o dono.


“O prazer de Lee era o seu cachorro. Pelo que se deduz de seus cadernos, tinha poucos amigos, nenhum interesse por garotas e hobby algum que não incluísse o seu cão. Achava, também, que Rin Tin Tin dava sinais de gênio.” Pg.49


No decorrer dos fatos, o cinema entra em cena de maneira objetiva e inspiradora para muitas pessoas. Lee adaptou a vida do cão de uma maneira intimidadora e ao mesmo tempo assimilável, diante de tantas virtudes e capacidades, além é claro do jeito empolgante e talentoso de Rin Tin Tin se habituar no ramo cinematográfico por meio de tantas mudanças através do tempo.


“Rin Tin Tin desde o começo foi admirado como ator, mas nunca deixou de ser visto como um cachorro de verdade – mais exatamente um modelo genético: todos queriam uma amostra sua.” Pg.70


A autora precisou de quase dez anos para concluir esta obra, e foi perceptível o esforço pelas minuciosas informações adquiridas, seja nas partes mais leves quanto as mais emocionantes, como por exemplo a morte de Rin Tin Tin. 

Sempre gostei muito de animais e mesmo que não fosse, é impossível não se encantar com as declarações envoltas neste livro. Nos passa uma sensação de acolhimento, paciência e principalmente sobre companheirismo e amizade verdadeira.


“Em cada episódio, um turbilhão de dramas humanos: uma apaixonante série sobre Rin Tin Tin (...) o cão mais famoso de todos os tempos!” Pg.179


As cenas variam de dramáticas até motivadoras, estabelecendo sentidos críticos em cada circunstancia e revelando satisfações intensas e, principalmente, autênticas. Foram tantos Rin Tin Tin e tantos registros de produções, que chegou uma hora onde todos simpatizavam com o cão e faziam de tudo para ter um animal como ele. Como resistir a ele?


“Lee só acreditava no que encontrara em Rin Tin Tin. Acreditava na sorte que o bafejou ao achar o filhote, no consolo e amizade que ele lhe proporcionou e na história épica que era contada por meio do cão – de bravura, lealdade, força e vontade. Lee acreditava que essas qualidades sempre prevaleceriam, insuportáveis e incognoscíveis, num épico capaz de transcender o tempo. Lee acreditava no cão, e isso era a sua vida.” Pg.229


Rin Tin Tin e toda a sua trajetória conseguem ensinar lições simples, porém importantes. E o destaque está justamente em compreender cada ato de sua existência valiosa e resistente ao tempo. Este conto em especial, serve justamente para mostrar que ainda existem muitas outras histórias parecidas como esta. Sempre haverá um Rin Tin Tin por aí... Mesmo que seja no anonimato.


“Rin Tin Tin começou como um conto sobre a surpresa e o milagre, um golpe da fortuna numa época desafortunada, continuou como realização de uma promessa de amizade perfeita e culminou como portador de histórias sublimes que perduraram anos. Ele completou as pessoas.” `Pg.283


Classificação SEL: 4/5

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