Resenha: Na companhia das estrelas - Peter Heller @Novo_Conceito

Informações do livro:
Título: Na companhia das estrelas
Título Original: The dog stars
Autor: Peter Heller
Editora: Novo Conceito
Páginas: 408

Sinopse: Em um mundo devastado pela doença, Hig conseguiu escapar à gripe que matou todo mundo que ele conhecia. Sua esposa e seus amigos estão mortos, e ele sobrevive no hangar de um pequeno aeroporto abandonado com seu cachorro, Jasper, e um único vizinho, que odeia a humanidade, ou o que restou dela. Mas Hig não perde as esperanças. Enquanto sobrevoa a cidade em um avião dos anos 1950, ele sonha com a vida que poderia ter vivido não fosse pela fatalidade que dizimou todos que amava. Hig é um guerreiro sonhador. E tem uma imensa vontade de gente, apesar da desilusão que se abateu sobre ele. Por isso é capaz de arriscar todo seu futuro quando, um dia, o rádio de seu avião capta uma mensagem... Voe com Hig e Jasper e se encante ao descobrir que um mundo melhor pode estar em cada um de nós.



Resenha: Na companhia das estrelas” de Peter Heller é um livro de ficção muito pessoal e interativo, visando o relacionamento poderoso de um homem assustado com o seu fiel cão. A história é genuína, aventureira e comovente, sendo que ainda ensina lições importantes sobre a condição da existência humana. O desenvolvimento dos personagens também é muito bem trabalhado e exposto de maneira leve e ao mesmo tempo inspiradora.

O planeta terra está diferente e vazio, praticamente inabitado por causa de doenças que devastaram toda a população. A era é a pós-apocalíptica, e diante de muita angustia e medo, Hig vaga nas cenas com seu cão chamado Jasper. Sua esposa Melissa também está morta e agora ele vive em um aeroporto. Outro personagem que entra em cena é o seu – único – vizinho Bruce Bangley, com seu estilo impreciso, provocativo e sombrio.

É uma narrativa completa e cheia de tensão, ataques e apreensão para com os personagens. Além de lutarem pela sobrevivência e vivendo um dia após o outro, ainda tinham que se defender contra invasores e outros obstáculos.

É fato de que a história mantém o seu foco no estado emocional do personagem principal e aponta para todas as sensações cortantes e mudanças expressivas. Existe aquela procura constante por uma simples razão para se manter em pé e batalhar pela sobrevivência, de modo a manter a fé sobre cada ação realizada, por mais simples que seja. Um ponto negativo que deve ser destacado é que talvez a narrativa tenha ficado demasiadamente prolongada e algumas cenas são vistas como desnecessárias.

O cão Jasper se firma como um fiel escudeiro e não desaponta em nenhum momento. E das mais variadas maneiras, é a melhor companhia para o momento, seja como apenas ouvinte ou forte sentinela e caçador. A relação deste animal com o dono surpreende no decorrer da leitura, de modo até a fazer com que o leitor sinta uma pitada de inveja por tal cumplicidade e apoio.

Através das jornadas realizadas, o reconhecimento tende a ficar cada vez mais forte e começamos a compreender todas as conexões impregnadas na trama. E o mais importante é que é possível perceber que mesmo diante de tantas barreiras, o que ainda predomina são os instintos pela sobrevivência diante do caos, e o espírito inovador para querer seguir em frente e trilhar novas oportunidades. Por esse motivo, pode-se dizer também que “Na companhia das estrelas” é um livro sobre redescobertas e aprendizados para serem levados por toda a vida.



“Disseram que no fim ficaria mais frio depois de ter ficado mais quente. Muito mais frio. Ainda estou esperando. Esta velha Terra é uma surpresa, uma grande surpresa depois da outra desde que se separou da Lua, que gira e gira como o companheirismo de um ganso baleado.” Pg.10



Classificação SEL: 3/5

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