Título: Presságio
O assassinato da Freira Nua
Ficção Brasileira
Autor: Leonardo Barros
Editora: Novo Século
Selo: Novos Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 224
Sinopse: Alice tem 26 anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Beato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece em nada com o homem que ela viu em sua premonição. Agora, Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima. Suspense, misticismo e sensualidade se misturam neste fantástico thriller policial que parece ter a capacidade sobrenatural de manter seus leitores alucinados da primeira à última página.
Resenha: “Presságio” de Leonardo Barros apresenta
uma história dinâmica e detalhada em meio a um ambiente policial e místico,
repleto de mistérios e controvérsias. Na trama contada em terceira pessoa,
Alice Vegas se destaca por sua personalidade diferente, hostil e complexa. Ela
é uma protagonista impulsiva, que se revela muito por sua intensidade e ainda
demonstra ter traços de humor. Ela diz ter presságios (em momentos pra lá de
inusitados) e sempre que há uma visão acontece o mesmo episódio: ela vê um
corredor iluminado que termina numa porta identificada pelo número sessenta e
nove. Estranho, curioso e muito diferente. Concordam?
Em paralelo a isso, um caso hediondo envolvendo o
assassinato de uma freira está deixando todos preocupados, principalmente o
delegado Matias e o agente Felipe. Detalhe que o crime é de teor sexual e a
vitima foi encontrada completamente nua. Até
que em um determinado momento, Alice teve uma assombrosa visão. Só que de fato,
em seu estado ela já não sabia mais se era alucinação ou realidade. Houve outro
assassinato e dessa vez era de uma garota chamada Vívian Montegart, que estava
em uma festa à fantasia, regada a drogas e afins – e adivinhem – fantasiada de
uma freira nua.
A partir daí, acompanhamos o desenrolar dos fatos de
maneira ágil e ao mesmo tempo perturbadora. Alice é interrogada pela polícia e
diz que o responsável por este segundo assassinato estava vestindo uma fantasia
de diabo. Ela narra o que viu, constatando ter clarividência, mas é obvio que
de imediato ninguém acredita na garota. Mesmo já tendo um suspeito identificado
como o Beato Judas (e que parecia estar muito perceptível para ser verdade), Alice
resolveu por conta própria desvendar estes crimes, antes que pudessem ocorrer
novamente.
Alice se mete em muitas confusões e se vê diante de
muitas especulações, o que torna a narrativa mais concentrada e enérgica. O
autor não se prende a extensas descrições, já que o foco principal é a
abordagem dos fatos e o seu desdobramento. Sua amiga Geórgia também merece
destaque por sua irreverência. A história se concentra num ritmo desafiador e é
valorizada justamente por sua criatividade. O desfecho é surpreendente –
realmente não dá para desconfiar – e deixa abertura para um novo volume.
“Mas, por favor, não mencione essa besteira de
clarividência, não, ta?! E... Olhe: minha opinião é que você está imaginando
tudo isso! Já disse e repito: tudo o que você acha que viu naquela noite pode
ter sido criado pela sua imaginação.” Pg.81
Classificação
SEL: 4/5
Comentários
Leituras, vida e paixões!!!
xx