Título: As Mentiras de Locke Lamora
Nobres Vigaristas - Livro 01
Título original: The Lies of Locke Lamora
(Gentleman
Bastard #1)
Autor: Scott Lynch
Editora: Arqueiro
Páginas: 464
Sinopse: O Espinho é uma figura lendária: um espadachim imbatível, um especialista em roubos vultosos, um fantasma que atravessa paredes. Metade da excêntrica cidade de Camorr acredita que ele seja um defensor dos pobres, enquanto o restante o considera apenas uma invencionice ridícula. Franzino, azarado no amor e sem nenhuma habilidade com a espada, Locke Lamora é o homem por trás do fabuloso Espinho, cujas façanhas alcançaram uma fama indesejada. Ele de fato rouba dos ricos (de quem mais valeria a pena roubar?), mas os pobres não veem nem a cor do dinheiro conquistado com os golpes, que vai todo para os bolsos de Locke e de seus comparsas: os Nobres Vigaristas. O único lar do astuto grupo é o submundo da antiquíssima Camorr, que começa a ser assolado por um misterioso assassino com poder de superar até mesmo o Espinho. Matando líderes de gangues, ele instaura uma guerra clandestina e ameaça mergulhar a cidade em um banho de sangue. Preso em uma armadilha sinistra, Locke e seus amigos terão sua lealdade e inteligência testadas ao máximo e precisarão lutar para sobreviver.
Resenha: “As Mentiras de Locke Lamora”, é o
romance de estreia de Scott Lynch. A obra fantasiosa e meticulosa expõe
conceitos básicos sobre um órfão que foi treinado para roubar e logo sua fama
se faz presente, justamente por seus feitos, sua habilidade e todo o mistério
que envolve seu nome. Não estava me programando para ler este livro, então
pode-se dizer que foi uma surpresa quando o recebi. Melhor ainda foi finalizar
a leitura e perceber o quanto me surpreendeu e me motivou.
Locke Lamora é uma pessoa espirituosa
e obstinada, repleta de talentos, que na verdade esconde por trás de seus serviços,
um jovem órfão precisando ser compreendido, mas acima de tudo, são seus
problemas que necessitam de uma solução rápida. É um personagem bem
carismático, apesar de sua teimosa constante e seu desrespeito por todos.
Sua maior
qualidade é a inteligência, pensamento ágil e seguro. Mesmo com suas mentiras e
a rigidez imposta pela sociedade do Morro das Sombras, ele aparenta não se
importar muito. As vezes se enrola nas próprias palavras, o que o torna ainda
mais hilariante. Algumas pessoas até se assustavam com seu jeito dissimulado de
ser, e desde cedo demonstrou ser apto para os furtos... até demais!
Entre ladrões e gangues do submundo, as mentiras
acabam se tornando implícitas e envolvendo muitas pessoas. Não é algo convencional e foge totalmente dos padrões do ambiente
retratado. Intrigas são detalhadas com precisão, assim como atitudes
referenciando a política e a vingança. Em outras ocasiões é preciso citar que a
amizade e a lealdade são um dos destaques do livro, que se fazem presentes nas
mais variadas atuações. Melhor ainda é quando há uma expectativa para os
próximos episódios e diante de tudo, a história consegue inovar e tomar rumos
inesperados.
A escrita pode parecer um pouco complicada no decorrer
dos acontecimentos. Mas acredito que esta seja realmente a intenção do
trabalho: criar um plano de fundo
resistente. E aos poucos revelar com clareza as descrições e outros fatores
imprescindíveis na trama.
O enredo é
trabalhado com sagacidade, valorizando a linguagem e os pequenos detalhes do cenário e
personagens. Ao longo da narrativa o leitor consegue encontrar aventura,
sarcasmo e diversão em momentos estratégicos, assim com passagens representando
atitudes fortes e destemidas. Aqui, é correto afirmar que o autor não teve medo
de ousar – e nem de matar indivíduos – e acertou em cheio em cada palavra,
decisão, reviravoltas e desfecho.
“Não sei muito bem como explicar. Algumas das minhas
crianças gostam de roubar. Algumas são indiferentes ao roubo e outras apenas o
toleram porque sabem que não têm mais nada para fazer. Mas ninguém, digo e
repito, ninguém demonstrou tamanha avidez pelo ato de roubar quanto esse
menino. Se ele estivesse com o pescoço cortado e um Galeno estivesse tentando
costurá-lo, Lamora roubaria a agulha e o fio e morreria rindo. Ele... ele rouba
demais.” Pg.16
Classificação SEL: 4/5
Comentários
os autores estão, cada vez mais, gostando de matar personagens hoje em dia eim, meu deus hahaha