Título:
Lilith, Meu amor da escuridão
Ficção
Brasileira
Autor:
Adriana Vargas
Editora:
Sollo Editorial
Páginas:
120
Sinopse: Quando chega a noite, meio à escuridão, ela surge linda, faminta de almas... Zephyr, gótico e devoto agente literário no distrito de Piraputanga, passa seus dias, embalsamando cadáveres da pequena cidade em que vive, escondendo os segredos que permeiam sua vida, um deles, o corpo do pai, embalsamado, escondido no quarto - meio que encontrou para se livrar da solidão. Frequentador de cemitérios nos momentos de reflexão, ele passa a ser assombrado pela inesquecível presença de Lilith, um demônio que lutará até o fim para roubar, não somente seu coração, sobretudo, sua alma.
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Resenha: “Lilith,
Meu amor da escuridão” de Adriana Vargas apresenta uma narrativa
complexa e peculiar, visto que há diversos aspectos sombrios, assustadores e
estranhos. Como já era esperado, a autora fez um excelente trabalho com a obra e soube valorizar sentimentos e ações fortes. E falando da capa: linda e repleta de emoções, sendo que representa muito a história em si.
A
trama se passa em Piraputanga, Distrito de Aquidauana. Há uma lenda sobre este
lugar que parece querer explicar todas as situações ocorrentes. Há muito tempo
atrás o pequeno povoado fora invadido por góticos com a intenção de construírem
igrejas e cemitérios. O ambiente é cercado de detalhes interativos, seguidos
por descrições silenciosas e aspectos carregados.
Muitas
pessoas já se mudaram para cidades vizinhas e outras desapareceram sem deixar
rastros. Há quem diga ter ouvido gritos e choros, outros citam terríveis
maldições e diversos indivíduos alegam ter visto almas penadas. O fato é que a
força sobrenatural se mantém presente nesta cidade e não há como enganar as
circunstancias macabras.
Zaphyr
é definitivamente muito, mas muito estranho e mórbido. Com pele pálida e sinais
solitários e inibidos, sua personalidade é revelada aos poucos e no decorrer
das cenas expõe um mundo invisível e dominador. Trabalha na funerária do pai (diga-se de passagem, as ocorrências com o
pai dele são inexplicáveis e muito doentias.) e vive constantemente entre
os cadáveres, seus desenhos e o blog que criara.
Neste
espaço em especial dedica seus momentos a falar de sua afeição e fixação pela
deusa Lilith, além de outras
passagens para tentar se relacionar com o mundo. Se sente confortável em dizer
que acredita fielmente no sobrenatural e em cada canto ou objeto absorve alguma
relevância que prove a presença dela. Outra personagem que entra em cena e
merece destaque é Isa, que aparece para passar mensagens importantes e
reflexivas.
A
narrativa se mostra consistente e faz com que o leitor crie expectativas para
os próximos acontecimentos arrepiantes. Um misto de angústia, medo e sustos se
fazem presentes em cada episódio, mesmo porque o desespero e as surpresas são
uma constante neste livro.
É como se o leitor adentrasse num sonho e há aquelas
dúvidas sobre o que é real e o que pode ser imaginação. Os cenários criados
abrangem mais que significados nebulosos e todos os personagens são
inquietantes, vulneráveis e, facilmente, proporcionam tendências direcionadas
ao fantasioso.
“Todos
temiam passar na frente do local com aspecto sombrio, devido às árvores secas e
ao prédio antigo, desgastado pelo tempo, uma paisagem macabra. As pessoas
acreditavam que aquela fora uma das casas construídas pelos invasores
lendários. Algumas pessoas já viram, durante as madrugadas, almas perdidas
caminhando na calçada da funerária. Ouviam gritos, seguidos de um choro
desesperado que silenciava na calada da noite.” Pg.02
Classificação SEL: 4/5
Comentários
Obrigada flor.
Adriana Vargas
não sabia que a autora era brasileira ;$
uma pena o livro ser de um gênero que não gosto muito de ler =/