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Confiram os lançamentos da Editora Globo Livros:


Black Sabbath - a biografia


Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy Osbourne. A escalação do time original do Black Sabbath está na ponta da língua dos fãs. Mas até mesmo o mais ardoroso admirador teria dificuldade em lembrar o nome dos outros 21 músicos que ajudaram a construir essa lenda do rock. Em 45 turbulentos anos de existência, foram tantas e tão profundas mudanças na formação que é quase um milagre que a aura da banda tenha chegado ilesa aos dias atuais. Sobreviver talvez seja a grande arte do Black Sabbath. É o que o leitor pode constatar em Black Sabbath: a biografia. Com a riqueza de detalhes característica das obras de Mick Wall – autor que se destaca como biógrafo de grandes lendas do rock –, o livro conta a história de um grupo que tinha tudo para nem sequer existir.
Típicos garotos proletários de Aston, subúrbio de Birmingham, Inglaterra, a rotina deles se dividia entre a paixão pela música e a urgência em ganhar a vida. O que significava encarar eventualmente trabalho pesado (Tony Iommi, por exemplo, era operário) ou atividades ilícitas (Ozzy Osbourne cometia pequenos furtos), com todas as suas consequências: Iommi perdeu a ponta de dois dedos numa prensa de metal, quase abortando sua trajetória musical antes mesmo de ela começar, e Ozzy cumpriu seis semanas de prisão.
Mais que uma paixão, a música parecia a via mais rápida para fugir desse ambiente pouco promissor. O livro conta como esse improvável sonho virou realidade. E como a realidade logo se transformou em pesadelo para todos a partir do momento em que o sucesso produziu seus previsíveis efeitos: egos inflados e nenhum freio para as loucuras com álcool, drogas, sexo e excentricidades. Nada de diferente de outros grupos da indústria musical. No entanto, no período em que os dinossauros do rock dominavam a Terra, o Black Sabbath alinhou-se entre os maiores de sua espécie – e fez por merecer a fama de mais temível entre todos.
Nascido no hiato entre o verão hippie do amor e a explosão do glam rock, o Black Sabbath chegou a ser a banda mais insultada do planeta – pela imprensa, por outras bandas, por quase todo mundo. Praticamente ninguém entendia aquela mistura de pesados riffs de guitarras, baixo explosivo, bateria detonadora e vocais lancinantes. Ninguém, exceto por legiões de moleques que vislumbraram ali as bases do que viria ser um dos mais cultuados subgêneros do rock: o heavy metal.
Black Sabbath: a biografia conta sobre a expulsão sumária de Ozzy da banda; revela como o grupo perdeu os direitos sobre as próprias canções para empresários ardilosos; relembra a brilhante era com Ronnie James Dio à frente dos vocais, bem como a incessante dança das cadeiras na formação da banda, e registra a volta por cima de Ozzy, amparado pela fama como celebridade de reality show e pela astúcia empresarial da mulher, Sharon.
Tudo é narrado em cores fortes, do ponto de vista de quem testemunhou ou conheceu em primeira mão boa parte dos fatos descritos. Em sua maioria, as citações do livro foram extraídas de entrevistas formais e contatos diretos com os personagens. Seja como jornalista da mídia especializada, seja como assessor de imprensa, Mick Wall se relacionou com o Black Sabbath, Ozzy e Dio ao longo de 35 anos, numa relação que alternou amor e ódio, mas que sobrevive até hoje alimentada pela mais profunda admiração: aos catorze anos, Wall foi um daqueles moleques que entendeu o que era o Sabbath – e teve sua vida mudada para sempre.


Fugitiva, de Alice Munro 

“Uma história de ninar, em que todos os detalhes eram importantes e precisavam ser acrescentados a cada vez, e isso com relutância convincente, timidez, risinho, que safada, que safada.” Trecho do conto que dá título à Fugitiva, coletânea de narrativas de Alice Munro, essa frase, calculada e ao mesmo tempo natural, sincera, sem amarras, poderia representar bastante, como um objeto visto por lente de aumento, a prosa da autora canadense: histórias de ninar, cheias de detalhes pessoais e próprios de intimidades, de momentos em que se está livre do olhar de um terceiro.
Vencedora do Nobel de Literatura de 2013, Alice Munro apresenta em Fugitiva as obscuras e frágeis fundações de relacionamentos, de descobertas juvenis ou tardias, de enfrentamento ou aceitação de mistérios no universo feminino. As mulheres de Munro, e especialmente neste livro, se encontram em constante questionamento: a idade, o trágico e o belo de correr atrás de um homem que acaba-se de encontrar no trem, a insegurança e o desejo em forças opostas na relação entre marido e esposa.
Cada conto se desdobra em movimentos que geram uma reação inesperada, como nas histórias de ninar, em que tudo reside calmamente até que surge o elemento desequilibrador. Que, mais do que pôr a própria narrativa em xeque, deixam cada personagem fora de órbita, atraídos e repelidos por forças que nem eles, tampouco o narrador, sabem a origem. O cenário, apesar de ser sempre o do norte canadense, se transporta para aquela esfera universal que faz de uma obra literária um clássico atemporal.
A tradução, de Pedro Sette-Câmara, buscou preservar o estilo conciso de Munro, tipificado por um realismo cru, mas subjetivo e sugestivo. As frases, conhecidas por serem intercaladas de intervenções narrativas que deixam rastros ao longo da jornada, ganham um ritmo acertado em português. Períodos pontuados milimetricamente, acompanhados por uma câmera bem de perto. “Eric ganhava a vida pescando camarão, e há muito tempo fazia isso. Ele tinha sido aluno de medicina. Isso acabou porque ele fez um aborto numa amiga (não numa namorada).” Poucos autores hoje têm esse domínio e sabem usar parênteses como o exemplo citado. 

Em busca de uma estrela, Jamie Ford

Seattle, 1934. Na cidade arrasada pela Grande Depressão, crianças são abandonadas em instituições como o orfanato onde, sob a disciplina de freiras católicas, o garoto William Eng vive há cinco anos. É o único descendente de chineses do lugar, o que praticamente sela seu destino: aos 12 anos, tem poucas esperanças de ser adotado.

Sua história sofre uma reviravolta no único dia do ano em que os internos do orfanato são premiados com um passeio ao cinema. Na tela, ele vislumbra a imagem da atriz e cantora Willow Frost, estrela em ascensão – o que vai levar William a pesquisar obstinadamente fatos do seu passado. A viagem emocional do menino William em busca de sua própria história é a metáfora de uma minoria étnica à procura de inclusão – pano de fundo para uma comovente trama de desencontro, perdão e redenção.

Na figura da bela Willow Frost, a obra também presta um tributo ao cinema mudo e aos pioneiros artistas da minoria étnica. De ascendência chinesa, e tendo crescido nas cercanias da Chinatown de Seatle, o escritor best-seller Jamie Ford afirma que seu novo romance tem vaga inspiração em reminiscências familiares: seus avós se conheceram quando eram empregados da lendária Boate Wah Mee, locação importante na história.

“É uma história de amor, sobre uma mãe e seu filho, e sobre como duas pessoas podem ser tão próximas mesmo estando tão distantes uma da outra. Eu acho que a gente nunca chega a entender nossos pais de verdade até eles partirem. William também tem essa experiência e isso o afeta profundamente. Mas é aí que ele ganha uma coisa que a maioria de nós nunca teve: a oportunidade de reencontrar sua mãe e entendê-la de uma maneira nova”, diz o autor.

Missão Moleskine, Stella Maris Rezende

Situações que podem estar sendo vividas exatamente agora, por qualquer pessoa. Personagens tão bem construídos que parecem prestes a cruzar com você na próxima esquina. Uma prosa atenta à beleza escondida no cotidiano, que extrai lirismo da simplicidade. E uma protagonista com nome irresistível, cheio de charme extemporâneo. Eis os ingredientes de Missão Moleskine, romance juvenil recém-lançado pela Globo Livros que reúne todas as qualidades que distinguem a premiada autora Stella Maris Rezende como uma das vozes mais sensíveis da literatura juvenil brasileira.
A história gira em torno de Elvira Guiomar, uma carioca de 15 anos cheia de personalidade, ideias muito peculiares e expectativas grandiosas em relação à vida. A mais imediata delas é quase uma certeza: ela vai viver uma história de amor poética. Essa impressão é uma entre muitas outras anotações que Elvira “escrevinha” em seu recém-inaugurado moleskine. Apesar de já ter preenchido diversos blocos e agendas anteriormente, ela tem a certeza de que aquele caderno de notas de capa flexível será o “tapete mágico do seu plano de boa sorte”. Como se seu destino passasse, de alguma forma, a ser orientado por meio das palavras rabiscadas naquelas páginas.
O olhar de Elvira percorre os dramas e as maravilhas de quem está crescendo e já vislumbra uma realidade que não apresenta mais os tons vistos na infância. A identificação das próprias potencialidades, a maturação da qualidade de afeto em relação aos pais, o entendimento do que é a verdadeira amizade, a identificação do lado sombrio das pessoas, o arrebatamento da primeira paixão – tudo é descortinado pela jovem heroína ao longo de uma trama que amarra o leitor ao livro.
Ilustrado por Adilson Farias, Missão Moleskine reitera a intimidade de Stella Maris Rezende com o leitor. Sem clichês sobre a adolescência, a autora oferece um romance cujo maior mérito é a sinceridade com que dialoga com seu público, habilidade demonstrada com sua trilogia publicada pela Globo Livros: A mocinha do Mercado Central (2011), A sobrinha do poeta (2012) e As gêmeas da família (2013).

Comentários

L disse…
Eis aqui uma grande fã de Black Sabbath! Quero muito esse livro, mas não simpatizei com a capa não...
Beijos, Thousand Lives to Live ♥