Resenha: O trem dos órfãos - Christina Baker Kline @EditoraPlaneta

Informações do livro:
Título: O trem dos órfãos
Título original: Orphan Train
Autor: Christina Baker Kline
Editora: Planeta
Páginas: 304



Sinopse: Quando Vivian Daly, uma senhora de 91 anos, decide se livrar de seus pertences antigos ela acaba recebendo a ajuda de Molly, uma adolescente órfã e rebelde, que está disposta a prestar serviços para não acabar no reformatório. Revivendo cada momento marcante de sua história, Vivian conta para Molly sobre sua família irlandesa pobre que foi de barco para Nova York em busca de uma nova vida e acabou morta em um incêndio. Sendo a única sobrevivente, ela foi levada por um trem com outras centenas de crianças que teriam seu destino decidido pela sorte. Seriam elas adotadas por famílias gentis e amáveis, ou teriam de encarar uma infância e adolescência de servidão e trabalho pesado?



Resenha:O trem dos órfãos” de Christina Baker Kline, oferece visões diferentes sobre acontecimentos realistas e comoventes. Dá para perceber que foi necessário realizar uma pesquisa abrangente em relação aos assuntos mencionados. E é possível perceber as descrições vívidas como um modo de valorizar os acontecimentos e garantir que as cenas se mostrem determinantes e ainda mais explicativas. É um romance carregado por sentimentos conturbados e o mais interessante é poder comparar as experiências dos personagens em destaque.

Molly Ayer tem dezessete anos, apresenta um estilo gótico e demonstra ser um pouco fechada, tímida, meticulosa e um tanto estranha aos olhos dos outros. Claro que essas características são determinantes ao longo dos capítulos, e outras várias ainda podem ser acrescentada. Talvez porque a garota já tenha vivenciado muitas coisas ruins, acaba se sentindo meio perdida quando algo parece ser bom. Porém é bem curiosa, organizada, gosta de ler bastante e se mostra muito espiritual com os demais.

Por causa de um pequeno conflito, a menina precisa fazer alguns serviços comunitários e seu namorado Jack – na verdade a mãe de Jack – acaba conseguindo um trabalho com Vivian Daly, uma senhora que deseja fazer uma limpeza de alguns documentos no seu sótão. Molly hesita um pouco e se sente meio desconfortável no início, mas acaba aceitando a proposta. Mesmo porque ela não tinha muitas escolhas e seus pais adotivos pareciam que a estavam pressionando para mudar o ritmo da situação em que se encontrava.

Vivian é uma mulher sensacional, verdadeira e prática, e é muito fácil se adaptar as suas histórias e conclusões. Eu sinceramente gostaria de conhecer alguém como ela. Tão simples como deve ser, a autora mostra que essas duas personagens tem muitas coisas em comum. E a partir do momento em que se encontram a narrativa é dividida em circunstâncias e tempos distintos: 2011 (atual) e de 1929 à 1943 (abrange 26 anos de história).

A senhora começa a narrar algumas passagens de sua vida. Ela também fora órfã e viveu períodos bem difíceis. Foram problemas familiares, perigos inesperados e perdas terríveis. Molly então começa a fazer comentários e se sente disposta ao fazer verificações notáveis e surpreendentes.

Há citações sobre os auxílios às crianças da época retratada e várias constatações sobre seus anseios e sofrimentos. Claro que muitos dados sobre os atendimentos e demais assistências são reveladas ao longo do texto O transporte conhecido como Trem dos Órfãos também é exposto através de momentos perplexos e instáveis.

É um livro bastante complexo e que abrange um conteúdo extremamente delicado, fascinante e forte. As ligações são conduzidas aos poucos para que, acredito eu, haja um envolvimento maior com o próprio leitor. Existe ainda as amarrações sobre questões culturais e histórico familiar. Nas últimas páginas ainda é possível conferir um breve relato real sobre o Trem dos Órfaos.




“Se não der certo, não deu. Molly aprendeu há muito tempo que boa parte do desgosto e da traição que outras pessoas temem a vida inteira ela já enfrentou. Pai morto. Mãe no fundo do poço. Jogada de um lado para outro e rejeitada diversas vezes. E, ainda assim, respira e dorme, e fica mais alta. Acorda todas as manhãs e se veste. Então, quando diz que está tudo bem, o que quer dizer é que sabe que pode sobreviver a praticamente qualquer coisa. E agora, pela primeira vez desde que consegue se lembrar, existe alguém cuidando dela. (Qual é o problema desse cara, afinal?)” Pg.19-20.




Classificação SEL: 4/5 

Comentários

Unknown disse…
Oi!
A história desse livro me pareceu muito forte mas ao mesmo tempo muito bonita. Esse tipo de livro mexe muito comigo, fico tensa!

Beijos
Aquela Borralheira
Unknown disse…
Parabéns pela resenha.
Passei a conhecer esse livro agora e gostei bastante do que você falou a respeito dele. A capa é linda.

Abraços.
Entre Livros e Livros.
http://musicaselivros.blogspot.com.br/
Rayme disse…
ainda não tinha lido nenhuma resenha do livro, mas já vi alguns comentários por ai...
parece ser ótima, mas aquele tipo de leitura que deve-se ler com calma... sem muita pressa...
eu estou bem curiosa para ler ;~~
Aline Coelho disse…
Fê pela sua resenha pude perceber que esse livro tem um enredo bem tenso devido o passado sofrido das personagens, mas ao mesmo tempo a narrativa parece não carregar esse peso devido as memórias das mesmas, certo??? Enfim achei interessante e agradeço a dica de leitura. Beijos

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