Resenha: E não sobrou nenhum - Agatha Christie @GloboLivros

Informações do livro:
Título: E não sobrou nenhum
"O caso dos Dez Negrinhos"
Título original: And Then There Were None
Autor: Agatha Christie
Editora: Globo Livros
Páginas: 400



Sinopse: Uma ilha misteriosa, um poema infantil, dez soldadinhos de porcelana e muito suspense são os ingredientes com que Agatha Christie constrói seu romance mais importante. Na ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano, dez pessoas sem nenhuma ligação aparente são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados. Convidados pelo misterioso mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza de por que estão ali, a despeito de conjecturas pouco convincentes que os leva a crer que passariam um agradável período de descanso em mordomia. Entretanto, já na primeira noite, o mistério e o suspense se abatem sobre eles e, num instante, todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados. É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam e, sem comunicação com o continente devido a uma forte tempestade, a estadia transforma-se em um pesadelo. Todos se perguntam: quem é o misterioso anfitrião, mr. Owen? Existe mais alguém na ilha? O assassino pode ser um dos convidados? Que mente ardilosa teria preparado um crime tão complexo? E, sobretudo, por quê? São essas e outras perguntas que o leitor será desafiado a resolver neste fabuloso romance de Agatha Christie, que envolve os espíritos mais perspicazes num complexo emaranhado de situações, lembranças e acusações na busca deste sagaz assassino. Medo, confinamento e angústia: que o leitor descubra por si mesmo porque E não sobrou nenhum foi eleito o melhor romance policial de todos os tempos.




Resenha: E não sobrou nenhum” – publicado anteriormente como "O caso dos Dez Negrinhos" – não poderia ser mais engenhoso diante de tantas cenas curiosas, enigmáticas e controvérsias um tanto alienadas. Como é mesmo de se esperar a autora Agatha Christie chama a atenção do leitor justamente por causa dos diálogos arriscados e personagens ainda mais intrigantes e reveladores.

A narrativa é bem detalhada, mas é claro que o foco principal segue por conta da desconfiança infiltrada em cada momento, nas diversas armações e nos figurantes mais inusitados. È muito fácil pensar que qualquer um pode ser incriminado, mas o que complica de fato é notar as provas mais sutis, e que por algumas razões podem se tornar despercebidas.

Dez convidados se reúnem por conta de convites na intrigante Ilha dos Soldados e Sr. Owen se denomina proprietário deste local tão simbólico. Mas quem é ele? São vários questionamentos, e talvez seja uma distinção da própria história, mas é evidente que todos os personagens apresentados não possuem nada em comum. E isso é uma revelação muito importante, afinal isso é o que a autora quer que o leitor pense. Na medida em que os acontecimentos surgem, percebemos que há muitas semelhanças ameaçadoras e os riscos só tendem a aumentar.

As personalidades variam bastante de acordo com o caráter e é inevitável apontar para qualquer um deles e ter a certeza de que este é o responsável pelas mortes. Todos são acusados de ter cometido algum delito no passado e a partir dessa premissa, eles começam também a tentar investigar os dados expostos para desvendar a pessoa responsável por trás dessa loucura.

Há várias referencias e as emoções se intensificam de acordo com as exposições, desde a gravação que já insinua o terror ao redor deles até as exaustões mencionadas com cada descoberta. Me perguntei, em vários momentos, qual era a verdadeira lógica diante dos assassinatos dessas pessoas, mas é óbvio que o desfecho é o diferencial por trás de tanta demência.

É relevante citar que a leitura é extremamente envolvente, ainda mais por que há tanto suspense e segredos entrelaçados. O enredo é muito empolgante, pelo menos para quem gosta desse gênero investigativo e que explora crimes incompreensíveis. Melhor ainda é ser surpreendido com o desfecho, que carrega todas as explicações dos atos e dá um fim para as tantas hipóteses.




“Pensando bem, que negócio mais esquisito... a coisa toda era esquisita... muito esquisita...” Pg.44





Classificação SEL: 5/5

Comentários

A Agatha é uma diva! Adoro os livros dela, e esse não tinha lido nenhuma resenha ainda. Quero ler. A capa ficou demais!


Beijos
Nati

www.meninadelivro.com.br
Unknown disse…
Interessante que mudaram o nome do livro, originalmente intitulado O Caso dos 10 Negrinhos (Ten Little Niggers), exatamente por ter as estátuas de negrinhos no centro da mesa e por ter a musica sobre eles ao longo da história (uma canção infantil):
Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove,
um deles se engasgou, e então restaram nove;
Nove negrinhos sem dormir, não é biscoito!
um deles cai no sono, então sobraram oito;
Oito negrinhos vão a Devon em charrete,
um deles quis ficar, então restaram sete;
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
um deles se corta, então restaram seis;
Seis negrinhos de uma colmeia fazem brinco,
a abelha picou um, e então ficaram cinco,
Cinco negrinhos vão ao fórum tomar ares,
um deles foi julgado, então sobraram dois pares;
Quatro negrinhos vão ao mar, a um tragou de vez
o arenque defumado, e então sobraram três;
Três negrinhos vão passear no zoológico. E depois?
o urso abraçou um, e então ficaram dois;

Dois negrinhos brincando no sol, sem medo algum
um deles se queimou, e restou apenas um;
Um negrinho está sozinho, é só um!
ele se enforcou, e não sobrou nenhum.

É um dos meus livros favoritos escritos por Agatha :-)
Bj, Aris.
http://arismeire.blogspot.com.br/
Natália disse…
Foi o primeiro livro que li da Agatha Christie, e confesso que fiquei com muito medo durante a leitura!! Mas com certeza foi um dos melhores dela, adoro também "Convite para um homicídio" e "Assassinato no expresso do oriente". São incríveis!

Beijos! || ape56.blogspot.com