Resenha: Na curva das emoções - Jorge Miguel Marinho @EditoraBiruta

Informações do livro:
Título: Na curva das emoções
Autor: Jorge Miguel Marinho
Editora: Biruta
Páginas:128




Sinopse: Como acontece uma curva no mundo das emoções? Pode muito bem ser quando uma garota conta mentiras para quebrar a rotina dos dias, esfola o umbigo como um cacoete existencial e se apaixona por um cego que compõe músicas e enxerga essa garota mais do que ninguém. Ou quando outra garota é reprovada em Física e dá a maior confusão na cabeça da sua mãe que não entende que “física” é essa. Ou quando um rapaz triste descobre o amor e a sexualidade e nunca mais tem vontade de morrer. Ou quando um outro rapaz fica sabendo que a sua avó teve um amor antigo por um homem que não é o avô dele e se orgulha de uma tatuagem no seio que ela nunca mostrou a ninguém. Escritas com sensibilidade, delicadeza e humor, essas são algumas histórias que falam dos jovens “como borboletas que saem das crisálidas” e descobrem o que a realidade tem de prazer e desprazer na aventura de voar em busca das revelações.
               



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Resenha:Na curva das emoções”, escrito pelo autor Jorge Miguel Marinho, explora situações complexas e ao mesmo tempo bem descontraídas. Adoro o jeito como a narrativa é poética, e consegue demonstrar tantas emoções sinceras, isso porque as palavras giram em torno de percepções simples e ainda mais reveladoras.

Este livro se divide em sete contos e cada um argumenta um aspecto preocupante. No começo a gente pode até não saber muito o que pensar sobre essas passagens, mas acredito mesmo que a intenção seja essa. O leitor precisa se envolver com as experiências, de modo a pensar sobre as mensagens envoltas nas entrelinhas.

Isaura é uma personagem conflitante, talvez pelo fato de ter uma imaginação tão fértil ou mesmo por causa das mentiras, que não deixam de ser poucas. Suas comparações com o mundo real são bem interessantes, mas é claro que há a exploração séria sobre a conseqüência de suas palavras. Essa é apenas a primeira de algumas outras historias contadas, e é possível perceber que os jovens analisados, tem muito mais em comum do que imaginam.

Cristina é a personagem do próximo conto e pode ser uma das mais envolventes, pelo menos de modo geral. Lógico que todos conseguem mostrar algo instigante e real. Mas ela foi a que mais me chamou atenção, quem sabe até por ser a mais previsível e muito divertida. Seu problema é a física, mas parece que sua mãe não consegue lidar muito com as confissões da filha. A situação seria trágica, se não fosse tão engraçada!



Também conhecemos Pedro diante de suas descobertas e entendimentos com sua avó.  Posteriormente, o foco segue por conta de confissões pessoais de João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, que são borboletas urbanas cheias de opinião. Augusto entra em cena na sequência, e o mais curioso dessa parte são as pequenas e estranhas referências sobre a vida e a morte. Os últimos dois contos empreendem mais mensagens que as outras, seja por conta da menção a Clarice Lispector ou somente das borboletas.

Há uma busca constante e desafiadora nas mudanças e nas descobertas simples – e autênticas – do dia-a-dia. Todos os personagens são muito peculiares, visto que a definição não parece se limitar sobre poucas características. E é justamente isso que torna o contexto mais relevante e sincronizado com as ideias.


“Real...? Real tinha que ser o gosto mais profundo de uma fruta, não importando se ela fosse boa ou ruim.” Pg.12

Classificação SEL: 4/5

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