Título: Deserto de ossos
Título original: The Sandcastle Girls
Autor:
Chris Bohjalian
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 344
Sinopse: Em 1915, o massacre de milhares de armênios perpetrado pelos turcos tingiu para sempre as areias do deserto sírio com o sangue e os ossos de uma civilização inteira. Em meio a esse cenário desolador, Armen Petrosian, um jovem engenheiro armênio que perdeu a esposa e a filha, e Elizabeth Endicott, uma rica jovem americana, se apaixonam. Mas antes de assumir o que sentem, eles se separam quando Armen se alista no exército britânico e Elizabeth vai trabalhar como voluntária. Ambos testemunharão atrocidades que os marcarão para sempre antes que possam se reencontrar. Quase um século depois, às vésperas do centenário do genocídio, a neta do casal, Laura, embarca em uma jornada pela história de sua família, descobrindo uma história de amor, perda e um delicado segredo que ficou soterrado por gerações.
Resenha: “Deserto
de ossos”, de Chris Bohjalian,
apresenta uma ficção histórica muito bem elaborada, repleta de detalhes intrigantes,
sensíveis, ousados, impactantes, comoventes e ainda mais emblemáticos. É uma
leitura extremamente carregada, isso porque o fundo emocional se torna bem
complicado na medida em que o leitor começa a compreender a imensidão dos fatos
expostos em cada conflito.
A ambientação gira em torno do
massacre que ocorreu aos armênios pelos turcos durante a 1° Guerra Mundial.
Sinto dizer também que não conhecia esse ocorrido e talvez por isso tudo se
torne ainda mais marcante. Essa tragédia real é ainda mais representativa,
porque gira em torno de diferentes fatores, seja cultural, econômico ou
pessoal.
A ficção adentra nesse fato de uma
maneira fascinante e é como se o leitor pudesse entender todos os objetivos de
cada personagem. A divisão de períodos se faz entre o passado e o presente, e
se torna ainda mais interessante perceber o desenvolvimento dos trabalhos
realizados para com as regiões exploradas.
Elizabeth
Endicott é uma personagem inserida na trama de
modo a mostrar outras experiências, que também se tornam igualmente críveis e
valorizadas. Ela é muito determinada e disposta a ajudar no que for preciso.
Diante disso, acaba se relacionando com Armen,
um homem que sofreu perdas e não parece ter muitas esperanças para si mesmo.
Apesar do romance entre os dois, ele acaba se alistando no exército e ela como
voluntária.
No tempo moderno, Laura Petrosian tenta compreender a história de seus
antecedentes, de modo a compartilhar mistérios familiares, amores, danos inexplicáveis
e afins. Ela aprende bastante, seja por meio de documentos antigos, museus e
arquivos diversos. E é claro que essa abordagem se torna crucial para o entendimento
de muitas atitudes.
Esse pano de fundo só aumenta nossas
reflexões sobre as intensões humanas e suas inúmeras influências. E é realmente
muito triste perceber a capacidade de crueldade de certos planejamentos e
respectivas ações. É o tipo de livro recomendado justamente para a inserção de
novas informações, mesmo porque durante a leitura é inevitável não querer fazer
pesquisas vinculadas ao tema para uma abrangência mais profunda.
Classificação SEL: 4/5
Comentários
Conheço mais sobre a Segunda Guerra.
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