Resenha: Só o amor pode curar - Clara Benicio @grupopensamento

Informações do livro:

Título: Só o amor pode curar

Autor: Clara Benicio

Editora: Jangada

Páginas: 496

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Sinopse: Bia é uma professora de literatura, que estende seu amor pelos livros ao trabalho voluntário que faz no hospital onde o irmão é médico, lendo trechos de obras literárias clássicas para os pacientes. Casada com Rodrigo, ela leva uma vida tranquila, ainda que afetivamente incompleta. Após um grave acidente na serra de Petrópolis, Bia adquire o dom de enxergar a aura das pessoas. De uma forma inesperada, ela conhece Léo, um jovem estudante com uma aura brilhante e o mesmo gosto por livros antigos, que faz seu coração bater mais forte e ambos sentem como se já se conhecessem há séculos. A relação de amizade entre eles acaba se tornando um amor arrebatador. Impedidos de viver esse amor, Bia e Léo vão ter que enfrentar muitos dilemas até que o destino lhes dá duas opções: cada um seguir o seu caminho ou atender ao apelo da alma e do desejo e viver plenamente esse grande amor.

Resenha: “Só o amor pode curar”, de Clara Benicio, é um romance cheio de altos e baixos, visto que a história conta com vários dramas a respeito de familiares, perdas, superações e afins. Por um lado, há a protagonista central tentando reconstruir sua vida com novas experiências, e do outro lado há o desenvolvimento sobre mudanças que dão novas direções aos personagens.

Bia possui características bem marcantes, mas não se destaca tanto, pelo menos não como o esperado. Talvez o problema tenha ocorrido por causa das minhas expectativas pessoais sobre a trama ao me deparar com cenas diferentes. Claro que são apenas opiniões, porém acredito que a autora deveria explorar mais todos os ângulos dos personagens, mesmo porque isso é o que faz toda a diferença.

O enredo gira em torno das perdas ao longo da vida de Bia. Primeiro foi seu pai e depois a mãe. Em paralelo, a narrativa trabalha a forma como Bia consegue enxergar a aura das pessoas. Fica claro o quanto esse dom é particular e como pode afetar o comportamento humano. As explicações são bem construídas, porém poderia haver mais descrições sobre isso, desde consequências, receios e afins.

É até complicado expressar emoções sobre a relação de Bia com o marido Rodrigo e depois com os encontros com Léo. São pessoas diferentes e ambos possuem destaques que os tornam importantes. Porém, escolhas precisam ser feitas e sobre isso a autora consegue trabalhar bem, levando em consideração que qualquer atitude pode decorrer de um erro.

Independente dos sentimentos que surgem, Rodrigo é possessivo e suas reações parecem muito sincronizadas. Bia se confunde por não ter certeza do que pode ser o mais certo, ainda mais porque não esperava se decepcionar com a pessoa que escolheu para se casar. Já Léo é mais novo e tem muito mais em comum com Bia, dando novas oportunidades de entendimento. Ainda assim, os problemas são bem insistentes, e só com muita persistência e força de vontade para conseguir se adaptar.

O tempo vai passando e por isso vale a pena conferir os caminhos diante de tantos obstáculos. Assim, o ponto alto segue por conta dos detalhes, que são vários e incrementam o visual nostálgico das passagens. As interações também se mostram cada vez mais fortes e é por isso que o leitor consegue se envolver mais.

Classificação SEL: 3/5