Resenha: A menina que brincava com fogo - Stieg Larsson @cialetras

Informações do livro:
Título: A menina que brincava com fogo
Millennium #2
Título original: Flickan Som Lekte Med Elden 
(Millennium #2)
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 608




Sinopse: "Não há inocentes. Apenas diferentes graus de responsabilidade", raciocina Lisbeth Salander, protagonista de A menina que brincava com fogo, de Stieg Larsson. O autor - um jornalista sueco especializado em desmascarar organizações de extrema direita em seu país - morreu sem presenciar o sucesso de sua premiada saga policial, que, somente na Europa, já vendeu mais de 6,5 milhões de exemplares. Nada é o que parece ser nas histórias de Larsson. A própria Lisbeth parece uma garota frágil, mas é uma mulher determinada, ardilosa, perita tanto nas artimanhas da ciberpirataria quanto nas táticas do pugilismo, que sabe atacar com precisão quando se vê acuada. Mikael Blomkvist pode parecer apenas um jornalista em busca de um furo, mas no fundo é um investigador obstinado em desenterrar os crimes obscuros da sociedade sueca, sejam os cometidos por repórteres sensacionalistas, sejam os praticados por magistrados corruptos ou ainda aqueles perpetrados por lobos em pele de cordeiro. Um destes, o tutor de Lisbeth, foi morto a tiros. Na mesma noite, contudo, dois cordeiros também foram assassinados: um jornalista e uma criminologista que estavam prestes a denunciar uma rede de tráfico de mulheres. A arma usada nos crimes - um Colt 45 Magnum - não só foi a mesma como nela foram encontradas as impressões digitais de Lisbeth. Procurada por triplo homicídio, a moça desaparece. Mikael sabe que ela apenas está esperando o momento certo para provar que não é culpada e fazer justiça - a seu modo. Mas ele também sabe que precisa encontrá-la o mais rapidamente possível, pois mesmo uma jovem tão talentosa pode deparar-se com inimigos muito mais formidáveis - e que, se a polícia ou os bandidos a acharem primeiro, o resultado pode ser funesto, para ambos os lados. A menina que brincava com fogo segue as regras clássicas dos melhores thrillers, aplicando-as a elementos contemporâneos, como as novas tecnologias e os ícones da cultura pop. O resultado é um romance ao mesmo tempo movimentado e sangrento, intrigante e impossível de ser deixado de lado.




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Resenha: A menina que brincava com fogo”, de Stieg Larsson, é o segundo volume da série Millennium. Este segue o mesmo ritmo do volume anterior, porém acredito que a empolgação é maior por causa das novas adaptações a serem feitas ao longo das cenas. Claro que a ambientação também continua sendo a base central, e é muito interessante acompanhar o desenvolvimento dos personagens principais em casos diferentes.



Lisbeth Salander continua demonstrando o quanto pode ser sensível e ousada ao mesmo tempo. Ela sabe captar o perigo e tem desejos próprios, só que não fica demonstrando suas necessidades, ainda mais se não há motivo. É cautelosa, mas acaba se envolvendo em situações perigosas e é por isso que vai estar mais uma vez ao lado de Mikael Blomkvist.


A revista Millennium é um fator crucial para o compartilhamento de uma exposição seca e realista. E é claro que não é nem um pouco fácil ler muitos aspectos vivenciados diante de abusos sexuais e casos semelhantes, porém é fato que há a necessidade de se aprofundar o máximo possível em uma causa contra a violência.

O leitor fica surpreso ao constatar que Lisbeth pode estar envolvida com assassinados, por mais que isso já fique claro na própria sinopse. O que leva a real surpresa não é isso e sim a maneira como há as acusações, e de como, de uma hora para outra, nada parece fazer sentido. É como se não fosse possível confiar em mais ninguém, e é por isso que é preciso ter pressa ao desvendar os crimes.

É muito bom poder conhecer um pouco mais sobre a protagonista, bem como suas percepções e responsabilidades sobre relacionamentos. Homens e mulheres diante de sua individualidade e condutas também são fortemente analisados. Lisbeth não seria capaz de muitas coisas, porém teria coragem suficiente para muitas outras. Resta saber qual é o seu limite ou se, afinal de contas, há um.


Os detalhes são fantásticos e a ligação entre os personagens faz com que as incertezas se tornem menores com o tempo. O suspense faz com que os diálogos sejam decisivos, apesar de algumas coisas não terem um significado muito maior que o esperado. Ainda assim, o conjunto da obra valoriza qualquer trecho e qualquer descoberta. A caminhada é ainda mais atraente, levando em consideração que as decisões devem ser rápidas e ao mesmo tempo bem planejadas.


“Lisbeth Salander não queria nada com aquela morena. Mas simplesmente não conseguia entender por que a mulher continuava ali. Por quatro noites, desde a chegada do casal, Lisbeth Salander escutara, vindo do quarto vizinho, uma voz masculina vigorosa e violenta usando o registro da intimidação. Escutara choros, sussurros duros e, em várias oportunidades, sons de bofetadas. O homem que estava na origem dos tabefes — Lisbeth supunha que era o marido — tinha cerca de quarenta anos.” Pg.14


Classificação SEL: 4/5

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