Resenha: O sorriso da hiena - Gustavo Ávila, Editora Verus

Informações do livro:
Título: O sorriso da hiena
Título original: 
Autor: Gustavo Ávila
Editora: Verus
Páginas: 266



Sinopse: É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem? Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana. Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no crescimento delas. Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos? Em O sorriso da hiena, Gustavo Ávila cria uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos, em uma história que vai manter o leitor fisgado até a última página enquanto acompanha o detetive Artur Veiga nas investigações para desvendar essa série de crimes que está aterrorizando a cidade.


Resenha: "O sorriso da hiena" de Gustavo Ávila, estava na minha lista de desejados há um bom tempo, especialmente porque só lia críticas positivas a respeito e por trabalhar com esse lado policial, que eu adoro. Claro que minhas expectativas estavam enormes, porém a obra conseguiu me surpreender muito, tanto que fazia tempo que não me sentia tão travada sobre comentar a respeito de um livro. Nada que eu fale aqui será o suficiente para expor uma história tão complexa e intrigante.

A obra é bem objetiva, quanto a isso não há dúvidas, e engana-se quem pensa que a sinopse consegue apresentar muita coisa, porque não demonstra nem a metade de toda a intensidade e loucura que há dentro dessas páginas. Está certo que mostra bem a premissa, porém é preciso estar atento aos detalhes de comportamento, influências e afins. É um jogo de lições de caratér, mudanças repentinas de pensamentos e muita complexidade diante dos personagens.

O psicólogo William tem analises interessantes a respeito da fundamentação do mal na sociedade, mas parece que se vê encurralado quando conhece as intenções de David. Confesso que não sabia o que esperar sobre as perspectivas, o que causou uma inquietação enorme. Não posso deixar de admitir o quanto tudo parece cruel, porque é mesmo, afinal de contas são assassinatos e ainda há a ligação com as crianças. 

Um trama de infância não foi o suficiente para David, mesmo porque ele sempre esteve na dúvida sobre ao que se atribuía a construção de sua personalidade. Ele deveria ser parado enquanto teve tempo, mas parece que existem muitos casos que o ligam a sua sagacidade, fazendo com que o errado se sobressaía ao certo. 

Não sei dizer ao certo quais são as definições do mal ou as suas justificativas, acho que não saberia ter a certeza se a pessoa está agindo certo, mesmo porque cada um sabe como agir, claro que perante a ética e leis da sociedade. Se passar desse limite, começam a surgir vários questionamentos sobre o que fazer, nos deixando com uma tensão enorme e uma sensação de insignificância perante a vida que segue.

Quem acompanha minhas resenhas, sabe que eu costumo explorar mais o que eu senti e sem me aprofundar muito nas informações do enredo ou detalhes da edição. Nessa resenha em especial, devo dizer que me senti ainda mais propensa a falar sobre o que eu senti, porque para mim foi o que realmente importou. Sem contar que o leitor não pode perder a oportunidade de conhecer cada detalhe por conta própria. Porém não posso deixar de parabenizar o trabalho gráfico em geral, em especial pela capa que está sensacional!

Classificação SEL: 5/5

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