Resenha: Vergonha - Brittainy C. Cherry, Editora Record

Sobre o livro:



Sinopse: Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão.


Resenha: "Vergonha" de Brittainy C. Cherry, apresenta uma história sutil, intensa e muito viciante. O tipo de livro que a gente só larga quando finaliza, porque foi justamente isso que aconteceu comigo. Eu falei para mim mesma que ia ler só alguma páginas.. era em torno de dez horas da noite, e quando me dei conta já era quatro e meia da manhã, quando eu tinha terminado de ler a última página. Então, é bem por aí: se o livro me tira o sono, é porque realmente vale muito a pena a leitura.


Os personagens são incríveis demais diante de toda a construção compreendida, cada um a sua maneira, é claro. Melhor ainda é poder acompanhar o ponto de vista de Grace e Jackson também. Grace é doce demais, ingênua e dá vontade de colocar ela num potinho para que ninguém mais a machuque. Não consegui ter raiva nenhuma de seu comportamento, porque sei que as pessoas podem ser assim, e ela é mesmo verdadeira, boa demais, e não consegue controlar as suas emoções tão profundas. 

Resumindo: Grace ficou quinze anos ao lado de seu marido, ela sofreu alguns abortos ao longo dos anos, e isso a deixou muito desestabilizada, como já é mesmo de se esperar, sendo algo tão doloroso. O marido a deixou, a traiu e ainda com a sua melhor amiga (que, vamos combinar, de melhor amiga não tem nada né?!). Quer saber o pior? Ele ainda engravidou essa amiga. Gente, isso é mesmo para ferrar com a cabeça de qualquer pessoa.


Ai entra em cena Jackson Emery. E que personagem.. eu queria falar muito sobre ele. Desde o começo, temos uma boa compreensão de tudo que ele vivenciou em sua vida... desde o bullying que sofria na escola, sua reclusão, quando a mãe deixou ele e o pai para ir atrás de outro homem e quando ela morreu. A partir disso, ele se fechou, era só ele e o seu cachorro Tucker.. e ainda tinha a responsabilidade de cuidar do pai - um pai que estava se acabando na bebida.

A mãe de Jackson lhe ensinou o amor pela arte, já o seu pai lhe ensinou o amor pelas palavras. Por isso, há referências de alguns livros no decorrer dos capítulos. E eu particularmente achei isso tão maravilhoso. Os dois aprenderam a ter uma conexão única, por mais que ele custou um pouco para se abrir. Mas ficou claro que era mais porque ele não sabia lidar com seus sentimentos, não sabia expor e tinha seus receios para isso.


Que raiva da mãe da Grace, pelo amor de Deus. Mas, apesar de todo o seu comportamento e justificativas, foi ótimo compreender um pouco sobre ela e suas ações depois que percebeu seus erros. Com certeza é um livro que explora o erro das pessoas diante de várias ações e suas consequências tão marcantes.


A escrita da autora é única e envolvente demais. Oficialmente, virou meu mais novo livro favorito da vida. Claro que a capa poderia ser bem melhor em relação a essa história - mas é como dizem mesmo: não se pode julgar um livro pela capa. Se eu fosse julgar, nunca iria conhecer essa história tão especial. 

Classificação: 5/5

Quotes:

"Levei a mala embora do lugar que acreditei que sempre seria a minha casa, o meu lar, e lamentei pelas ideias de um futuro que não era mais meu." Pg.27

"Quando ele foi embora, eu o agradeci em silêncio. Depois de uma noite me afogando, foi a ovelha negra da cidade que me ajudou a me erguer para tomar um pouco de ar." Pg.64

"Ninguém podia me repreender por minhas ações, e cada escolha que eu fazia era por mim mesma, sem passar pelo filtro do pensamento e da opinião dos outros." Pg.197

"- Mas é uma sensação muito estranha - disse ela.
- O quê?
- Que o meu príncipe encantado seja a fera para o resto do mundo" Pg.226

"Grace era diferente de tudo que eu tinha aprendido a acreditar sobre ela no passado. Era boa, gentil, engraçada e o completo oposto da mulher esnobe que eu havia acreditado que fosse. 
Isso foi difícil de aceitar.
Quando te ensinam a odiar um estranho a sua vida toda, é uma lição de humildade perceber que você perdeu tanta energia odiando algo que nem era real" Pg.233

"Não estou falando da pessoa que você mostra para a cidade, mas sim de quem você realmente é, uma pessoa que se dedica a cuidar do seu pai, que abraça uma garota que está tendo um ataque de pânico, o cara que não revida quando todo mundo está lutando contra você. Você é a pessoa mais graciosa que eu já vi." Pg.275

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