Resenha: Dente-de-leão: A sustentável leveza de ser - Sacolinha, Editora Vasto Mundo

 Sobre o livro:




Sinopse: O livro possui 15 crônicas escritas com base em assuntos da atualidade. O autor do livro, Ademiro Lopes, o Sacolinha, conta que o objetivo é despertar a sensação de leveza nos leitores. "As crônicas falam sobre ouvir o problema do outro e respeitar a opinião do próximo. Hoje em dia as pessoas estão muito pesadas, carregando tantas coisas dentro de si. Quero que elas se sintam leves ao lerem o meu livro".


Resenha: "Dente-de-leão: A sustentável leveza de ser", do autor nacional Ademiro Alves de Souza, também conhecido como Sacolinha, compreende quinze textos onde é possível adentrar em temas sérios, porém de forma sutil e extremamente compreensiva.


Nessas crônicas tão especiais, há passagens que exploram o quanto somos reféns de alimentos industrializados, porque essa é mesmo uma verdade surreal, e digo até mesmo por experiência própria. Ah, e se reciclarmos o nosso próprio lixo? Já pensou nisso? As pequenas melhorias se encontram nos detalhes mais simples mesmo. Um passo de cada vez, uma mudança de comportamento, já é sinal de melhoria. Mas esse é apenas um dos assuntos debatidos ao longo de cada narração.


Nos leva a pensar o quanto, hoje em dia, as pessoas ficam mais doentes - física e emocionalmente. Corpo e mente estão entrelaçados e as pessoas estão cada vez mais indispostas e, de certa forma, assustadas com o que o futuro nos reserva. E sobre isso, só nos resta pensar o quanto o tempo passa rápido demais, e a gente nem se dá conta disso.


Há a abrangência sobre o uso excessivo de telas - como o mesmo autor questiona "estamos vivendo em uma terra de cegos", bem como relacionamentos. O contato humano parece estar diminuindo gradualmente, assim como suas percepções, já que tudo está sendo banalizado demais. Ou seja, são os resultados de nossas ações e suas consequências mais profundas, infelizmente.


É sobre reduzir os danos de um mundo altamente tóxico. E por mais que a gente já saiba sobre isso e tenha certa consciência, entra o questionamento sobre o que estamos fazendo a respeito para melhorar algo. Por mais pequeno que nossa ação seja, a maior certeza é a de que a sua parte está sendo feita. No fim das contas, isso gera um sentimento de acalento, de gratidão.


Com certeza, esse é um livro - necessário - de aprendizados, e a escrita se destaca diante de tantas reflexões e princípios tão importantes acerca de nossa própria realidade e hábitos simples do dia-a-dia. Uma obra tão pequena, em suas 128 páginas, mas de uma importância inimaginável. Adorei fazer essa leitura, de verdade, e espero mesmo que chegue nas mãos de muitos e muitos leitores. Parabéns por seu trabalho, Sacolinha!


"Não quero que a minha vida seja uma eterna espera pela sexta-feira. Tem gente que prefere passar a vida reclamando da sensação do domingo à noite a começar a viver de verdade." Pg.22

"Hoje em dia o celular é quem está roubando a cena; E é um roubo integral. As pessoas acordam olhando o celular, passam o dia com os dedinhos ora digitando, ora deslizando na tela. Fazem refeição com o olho nos aplicativos, bebem com os amigos, mas os olhos não desgrudam do aparelho, dirigem o carro desatentos, mas atentos aos sons que avisam oa chegada de mensagens. E quando vão dormir, o celular é sempre aquele objeto que rouba minutos de sono ou até mesmo horas". Pg.27

"A virtualidade é uma ilusão. A virtualidade é uma caverna. Os seres humanos não têm mais atenção para a realidade e estão presos em uma caverna virtual." Pg.28


"Percebo que estamos caminhando para um outro mundo cada vez mais individualista e cavernoso." Pg.33

"Gosto de colher, mas pra não ficar ansiando a colheita, me ocupo em plantar." Pg.47

"Hoje eu tenho a possibilidade de ostentar muitas coisas, mas o que mais me dá orgulho é quando alguém entra em minha casa e eu posso exibir a minha biblioteca particular. Essa é a minha ostentação." Pg.58 (Essa frase me define rs)

"E dessa maneira, deixamos de viver o aqui e o agora de forma mais humana e intensa, para vivermos de forma superficial, pela metade e sempre contando com o dia de amanhã. É bom lembrar sempre, que esse amanhã pode não chegar." Pg.80

"Qual a diferença entre um médico e um poeta?
Enquanto o primeiro cura, o segundo previne. Sem contar que o médico somente cura as doenças físicas. Já o poeta previne ou cura as doenças da alma, do espírito e da mente." Pg.118

Classificação: 5/5

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