Resenha: O céu da meia-noite - Lily Brooks-Dalton, Editora Morro Branco; TAG - Experiências Literárias
Sinopse: O que resiste ao fim do mundo? Augustine é um cientista brilhante que dedicou toda a sua vida às estrelas. Isolado na beleza gélida de uma base de pesquisa no Ártico, ele recebe notícias de um evento catastrófico. Augie se vê sozinho, exceto por Iris, uma criança que foi deixada para trás quando os pesquisadores partiram. Sullivan sacrificou tudo para embarcar na espaçonave Aether, que, após uma missão até Júpiter, está finalmente voltando para a Terra. Porém, quando todas as comunicações cessam, Sully se pergunta o que os aguarda neste retorno. Conforme o silêncio se expande, os dois personagens buscam compreender o que dá significado a suas vidas. Um romance pós-apocalíptico belamente escrito que explora memória, perda e identidade. - The Washington Post
Resenha: "O céu da meia-noite", de Lily Brooks-Dalton, abrange uma história dramática, bem peculiar e como sou fã de ficção científica, essa premissa realmente me deixou bem instigada. Mas na verdade, ser classificado no gênero é só o ponto de partida de tal abordagem, porque os elementos encontrados são diferentes aos quais podemos imaginar.
O cientista Augie está com a menina Iris, e de outro lado conhecemos a astronauta Sully. Ambos passam por situações aflitivas e conflituosas, além de muita hostilidade também. É o tipo de livro que nem se pode comentar muito para não perder a graça, para que a imaginação vá bem mais além que o proposto.
O fato é que não explora a questão de como tudo chegou a tal situação, mas sim no depois - em como os personagens agem no momento atual. E a narrativa, por mais que seja profunda, se torna mais lenta justamente porque conhecemos o período de compreensão, do desconhecido, das escolhas, bem como superação diante dos personagens analisados.
Então, já é mesmo de se imaginar que é uma leitura que explora um grande misto de emoções e tantos outros questionamentos e mais reflexões complexas neste caminho de descobertas. É a respeito das consequências - e não das causas propriamente ditas. Assim, o leitor não deve esperar respostas sobre o que houve no passado.
Uma coisa é certa: esse enredo trabalha muito com a solidão em suas diferentes formas e complementos. Chega a ser um pouco difícil compreender toda essa exploração em sua sensibilidade, ainda que não se saiba de nada. O que interessa em todo esse contexto é o tipo de desenvolvimento nessa realidade sobre os obstáculos diários e suas motivações mais íntimas.
Terminei essa leitura com algumas dúvidas e me senti ainda mais intrigada por tudo que consegui absorver. Queria ter respostas, por mais que entendesse que esse não era o o objetivo desse livro. Então, deixo aqui a minha experiência para você que pretender conferir essa obra: ela vale mesmo a pena, porém tem que ter em mente que não vai encontrar as resoluções desejadas para o contexto.
Classificação: 4/5
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