Resenha: Entre amar e morrer, eu escolho sofrer - Sacolinha, Editora Todavia

 Sobre o livro:




Sinopse: Um dos nomes mais ativos da literatura brasileira surgida nas quebradas das grandes cidades, Sacolinha escreve uma love story em plena pandemia de Covid-19. Com urgência e linguagem calcada na realidade concreta, tendo as notícias da evolução da doença como eixo organizador da narrativa, Entre amar e morrer, eu escolho sofrer: Um conto da pandemia mescla com muita habilidade a história particular dos personagens com o quadro maior, histórico e social, que estamos vivendo – no caso, de Bibiano e Malú, ambos moradores de uma das maiores favelas brasileiras e que são engolidos pelo turbilhão dramático que a desigualdade provoca quando a doença desembarca nos lugares menos assistidos pelo Estado. Filho de um pai alcoólatra, Bibiano é um artista de grafite reconhecido em sua região. Depois de uma desilusão amorosa, precisa lidar com a precariedade do meio em que vive quando ele mesmo é contaminado pelo novo vírus. Na mesma comunidade vive Malú, jovem intelectual negra formada em História, uma moça aguerrida que aos poucos demonstra – de forma enérgica – sua capacidade de liderança para lidar com a crise sanitária. O encontro dos dois se dará nas condições mais dramáticas experimentadas por toda uma geração de brasileiros.


Resenha: "Entre amar e morrer, eu escolho sofrer", do autor nacional Ademiro Alves de Souza, conhecido como Sacolinha (Editora Todavia), apresenta "um conto da pandemia". É especialmente o relato ousado de uma luta sobre dignidade e de solidariedade nos tempos atuais.

Explora, dentro da temática que já é considerada "pesada", todas as ações e consequências em suas situações mais impactantes. É uma leitura extremamente rápida em pouco mais de trinta páginas. 

Apresenta sim uma história de amor, mas a exploração é muito mais que isso na ficção. Há toda uma luta situada pelas pessoas em relação as dificuldades sobre o saneamento que deveria ser considerado básico na realidade das comunidades, periferias e afins. 

Como lutar contra um vírus desconhecido se existe a precariedade num momento em que a pandemia se faz tão presente? Como lidar com as dificuldades quando falta um simples sabonete e o álcool também? Você já pensou sobre isso? Já imaginou uma situação assim? 

Questionamentos como esse são o pontapé inicial nesse enredo. Na verdade, o que mais se destaca é justamente as mensagens contidas nas entrelinhas pelos personagens construídos. 

A escrita de Sacolinha é bem marcante e faz com que o leitor reflita bem a respeito do Covid-19, em todos os sentidos possíveis, especialmente quando se diz respeito a desigualdade. Ele também é autor de "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser", ao qual já resenhei por aqui também.

Classificação: 4/5

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