Resenha: Os testamentos - Margareth Atwood, Editora Rocco

  Sobre o livro:




Sinopse:  Após quase 35 anos do lançamento de O conto da aia, distopia que arrebatou o mundo todo e nos transportou para o centro de um governo teocrático em que as mulheres perderam seus direitos e identidade, Margaret Atwood nos brinda com Os testamentos, uma obra igualmente genial, que responderá perguntas que não saíram de nossas cabeças desde que a porta da van se fechou, levando Offred para um destino imprevisível. Dessa vez, teremos três narradoras, que, através de seus testamentos, apresentarão mais detalhes sobre o mundo além dos muros de Gilead, e darão luz a espaços obscuros que revelam mais do que podemos imaginar sobre um regime ditatorial e sobre as pessoas que sustentam sua estrutura.  Os testamentos se passa quinze anos após os acontecimentos aterrorizantes de O conto da aia. Mesmo diante de inúmeras tentativas de desestruturação, o regime da República de Gilead permanece de pé, mas há sinais de que suas pilastras começam a apresentar rachaduras. É nesse momento que a vida de três mulheres se entrelaça.

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Resenha: "Os testamentos" se mostra tão instigante quanto O conto da Aia, e a autora Margareth Atwood, sabe mesmo como surpreender o leitor diante de sua abordagem diferenciada.

Quinze anos se passaram desde os acontecimentos do livro anterior. Três mulheres se conectam de diferentes formas, porém por meio de laços muito semelhantes. Por meio da narrativa em primeira pessoa, essas três perspectivas garantem um envolvimento ainda maior pelo modo como o cenário é observado.

Inicialmente, não parece haver muitos sentimentos em ambas as partes, porém o modo como todas são representadas, vai fazendo com que muitas emoções aflorem e se destaquem ao longo das páginas.


Na verdade, fica claro que duas dessas personalidades se situam para representar algo maior que pode ser absorvido, ainda mais por ainda serem mulheres novas. Então, um dos destaques é claramente para a pessoa mais velha, a que está dentro de todo o regime. Ter esse entendimento abre espaço para novos entendimentos e tantas outras perguntas.

Nesse enredo, o leitor tem a oportunidade de compreender ainda a respeito do regime imposto e de todo seu poder e estrutura. E talvez seja por isso que a escrita pareça ter um ar mais sombrio, tenso e igualmente: porque existe muito a se absorver neste cenário.

Há um misto de perspectivas emotivas, seja pela aceitação de quem já viveu por muito tempo em uma mesma situação considerada normal, mas também pela esperança de poder acontecer alguma mudança. E é por conta disso, que também acabam surgindo muitos questionamentos nesse desenvolvimento.

A narrativa é lenta, ainda mais porque há muitos detalhes a serem absorvidos, mas também acaba sendo provocativa demais. Cada fato se torna importante para a compreensão desse cenário e tudo que lhe é reservado no contexto.

Já conhece a escrita de Margareth Atwood?

Classificação: 5/5

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