Resenha: Um ano solitário - Alice Oseman, Editora Rocco

 Sobre o livro:




Sinopse: O livro de estreia da jovem autora britânica, publicado quando Alice Oseman tinha 19 anos, retrata o que é ser adolescente nos dias de hoje: a falta de motivação no espaço escolar, transtornos alimentares e psicológicos e a internet como espaço de fuga – que se somam às tradicionais paixões escolares e dramas familiares. Estudante do penúltimo ano do ensino médio, Tori Spring tem amigos dos quais não gosta, ouve músicas deprimentes e escreve em um blog sobre seu pessimismo crônico. Até que, em um dia como qualquer outro, ela segue uma trilha de post-its que a levam de seu armário na escola até o laboratório de informática. Na sala deserta, uma mensagem fala sobre um misterioso grupo chamado “Solitaire”, em referência ao jogo de cartas “Paciência”, com o qual a adolescente costuma passar o tempo durante o recreio e horários vagos. Também nesse dia, ela conhece o sempre esfuziante Michael Holden, aluno novo na escola, que parece determinado em tornar-se seu amigo. De início, o Solitaire pouco a interessa, mas as brincadeiras e jogos que o grupo promove envolvendo toda a escola tornam-se progressivamente mais perigosas. E o mais estranho: relacionam-se cada vez mais com os dilemas da vida de Tori. Para solucionar o quebra-cabeça que se forma, a adolescente vai descobrir que precisa mais dos amigos e familiares do que gostaria de reconhecer. Um ano solitário é uma resposta de Alice Oseman para personagens como Holden Caulfield, de O Apanhador no campo de centeio, e Charlie, de As vantagens de ser invisível. Um livro sobre amizades, descobertas e sobre aprender que uma pessoa pode mudar tudo.

Resenha: "Um ano solitário", de Alice Oseman, (Editora Rocco) é o livro de estreia da autora que possui uma narrativa incrível e muito bem desenvolvida. Essa é uma releitura e devo dizer que pela minha experiência, foi muito bom poder conferir novamente. Li primeiro lá em meados de 2018, ainda na primeira edição (capa diferente).

Então, abaixo estou repostando minha resenha, com alguns acréscimos e alterações:

Esse é um livro que consegue superar todas as expectativas, primeiro por conta do ótimo desenvolvimento e depois pela narrativa diferenciada, delicada e cheia de reviravoltas e críticas também. Claro que nos faz pensar muito sobre certas temáticas abordadas no enredo, o que torna tudo ainda mais interessante. 

A personagem central passa várias incertezas ao leitor, mas é justamente nesse ponto que ela se torna tão impactante aos nossos olhos. O mais interessante é que acaba sendo possível encontrar várias semelhanças sobre sua personalidade (consigo mesmo ou com alguém próximo) e isso também é um detalhe bem especial.

É complicado poder perceber que algumas pessoas podem ter más intenções tão intensas, e é claro que na adolescência tudo se intensifica demais e surgem muitas duvidas nesse percurso. Os sentimentos também são bem inesperados, e quem é, ou já foi, adolescente pode confirmar isso mesmo. Para alguns não existem tantos temores, mas para outros sim. E vale ressaltar que cada um possui suas diferenças, suas qualidades, seus defeitos.. Enfim, essa é uma reflexão  totalmente baseada por conta da leitura desta obra.

E é por isso que vale comentar que a personagem Tori Spring tem muito a oferecer perante nossa própria sociedade e o que é relacionado a "saúde mental" e relacionamentos. Isso porque não é difícil pensar em algumas situações semelhantes já vistas por aí. 

O grupo Solitaire, baseado no jogo "Paciência" também inova por conta de seus enigmas e riscos que o envolvem. Esse mistério é bem determinante por sinal. Mas as conexões também se mostram muito bem desenvolvidas, sendo que o leitor tenta compreender todos os passos analisados no conceito. 

Esse livro não possui muitas reviravoltas, porém apresenta mensagens bem especiais, dentre muitas referências. E nesse caso garante boas reflexões também, em especial sobre as várias mudanças numa fase meio "estranha" digamos assim. Mas existem certas surpresas que garantem cenas bem convincentes também. 

Uma coisa é certa: A autora tentou expor (e trabalhar com) a honestidade diante do ponto central dessa obra, e isso é o que mais chama a atenção.

Ah, sobre essa NOVA capa: só posso mencionar que está fantástica, a editora arrasou!

Classificação: 4/5

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