Resenha: Cartas para o invisível - Lincoln Aramaiko, Editora Valentina

 Sobre o livro:




Sinopse: Mochila quase vazia, passagem comprada e um longo itinerário pela frente. Os planos levariam Esdras de sua cidade até um destino marítimo, mas uma notícia inesperada o encaminha para uma missão que pode mudar seu futuro. Entre culpas tardias e lembranças perdidas, Esdras é desafiado a dedicar-se a entregar as cartas de despedida de Lélio, um remoto amigo de infância, sem se preocupar em entender o que faz. Buscando por destinatários desconhecidos e sem ter para quem ou para onde voltar, ele terá a oportunidade de compreender que estar à margem do mundo é uma consequência e não uma escolha. De Tom Jobim a Billy Joel, a música se faz elemento importante nas andanças do protagonista, instigando o leitor a buscar pelas canções enquanto o acompanha nessa aventura. Cartas para o invisível aborda a representatividade e debate questões importantes, mas que ainda são consideradas tabus. Enquanto pessoa LGBTQIAP+, que já passou pelos percalços da depressão, o autor Lincoln Aramaiko nos convida a refletir, com delicadeza e doçura, sobre os transtornos da mente e como eles afetam as relações humanas, partindo de temas sensíveis como depressão e suicídio.

Resenha: "Cartas para o invisível - ou para pessoas capazes de nos enxergar como somos", de Lincoln Aramaiko (Editora Valentina) é uma obra que compreende muitos sentimentos importantes envoltos nos personagens, em especial pelas questões de representatividade, descobertas, aprendizados e afins.

Esdras tem o desafio de entregar cartas de despedidas de Lélio, um antigo amigo de infância. E é nessa jornada que ele começa a ter vários questionamentos e demais compreensões em tudo que o cerca.

Mas sabe qual é a melhor parte? É que essas cartas exploram muitas emoções diante das lembranças e demais sentidos compreendidos em cada uma delas. As motivações se tornam essenciais em cada ação realizada, ainda mais pelas expressões situadas.

De tal forma, as reflexões são bem marcantes, ainda mais por conta de envolver temas mais pesados no contexto, da mesma forma que valoriza o respeito, dentre outros ensinamentos acolhedores. E é de forma gradual que a leitura vai se tornando ainda mais instigante e curiosa.

Tão fácil encontrar alguma identificação com o personagem principal desse enredo. Esdras carrega muitas dúvidas e inseguranças, mas acima de tudo é nítido o quanto está num processo de explorações e conquistas. E é justamente dessa forma que vai amadurecendo também, algo que acaba se tornando extremamente necessário.

Destacando que o título é vencedor do prêmio Orgulho na Valentina de literatura LGBTQIAP+. E claro que o fato de ter uma grande representatividade compreendida, dentre outros assuntos relevantes, faz um enorme diferencial ao longo destas páginas.

Classificação: 5/5

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