Resenha: Lembranças - Munir Charruf, Editora Giostri

 Sobre o livro:




Sinopse: Munir Charruf, após publicar dois livros de contos, apresenta seu romance ficcional Lembranças. Uma distopia que retrata uma sociedade sem memória. Através de Raquel, e de seu acordar sem lembranças, você, leitor e leitora, será sugado para uma realidade cruel, onde a regra é literalmente “um dia de cada vez”, pois, neste lugar, ninguém se recorda do dia anterior. Para garantir a ordem neste mundo, os Lembrantes, através de telas, controlam, vigiam e orientam as pessoas sobre como será o dia de cada um. Com tanta tecnologia, um bilhete, que Raquel encontra em suas coisas, será uma ferramenta para recobrar, aos poucos, sua memória, e um passaporte para embarcar em uma jornada em busca de respostas.

Resenha: Em "Lembranças", obra escrita pelo autor nacional Munir Charruf, e publicada pela Editora Giostri, o leitor tem a oportunidade de conferir uma distopia instigante e curiosa sobre todos os acontecimentos narrados.

A narrativa acompanha a personagem Raquel, que logo ao acordar, demonstra estar confusa ao não se lembrar de detalhes sobre sua vida e nem ao seu redor. Para isso, Raul, seu "Lembrante", aparece em uma tela para direcioná-la. 

Ela carrega consigo uma pulseira no pulso que a direciona ao seu destino e demais obrigações ditadas. Sem contar que precisar tomar pílulas que, na teoria, seriam para sua própria segurança. No mínimo estranho, não é mesmo? 

Aos poucos, compreende-se que isso acontece com todos, e a impressão que há é que viraram robôs, programados para uma rotina idealizada, mecânica. Quando se dá conta dos bilhetes e de que deve ttrocar as píliulas, Raquel começa a ter algumas lembranças de volta, e isso pode ser assustador demais. 

"Via que o mundo voltava à sua estranha normalidade, como se nada houvesse acontecido. Tentava ainda decidir se todas aquelas pessoas passavam pelo mesmo que ela. Podia notar a confusão generalizada, mas não compreendia por que pareciam tão calmas e resignadas."

Essa é uma obra repleta de questionamentos e de momentos duvidosos, estes que se surgem desde as primeiras páginas por conta do cenário compreendido. Claro que o primeiro capítulo já desperta a atenção diante do que está por vir, e o decorrer das cenas não poderia ser diferente. Há muita ação e sensações diferentes envolvidas.

"Acho que acordamos todos os dias sem memória e fazemos a mesma coisa sempre, o tempo todo."

Diante de capítulos curtos e um texto objetivo, essa história explora sentimentos conflitantes e cheios de desespero, ainda mais após Raquel perceber o que de fato acontece ao seu redor. E na verdade, essa é mesmo uma premissa que envolve por conta desses detalhes surpreendentes.

O controle e o poder adquirido em cima de tantas pessoas é nítido nessa ambientação que se mostra tão manipuladora. Já é de se esperar também que surjam muitas críticas nas entrelinhas, além das próprias analisadas pelo contexto, baseando-se em nossa própria sociedade. As interpretações são variadas, o que deixa tudo ainda mais interessante.

Classificação: 5/5

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