Resenha: Ainda não sei o meu nome - Zuleide Lima

 Sobre o livro:




Sinopse: No futuro próximo, após uma grande inundação, restou no mundo uma única ilha, onde as pessoas não recebem nomes, mas apenas números. A ilha de Gota é controlada por um salvador, que dividiu os sobreviventes entre extraordinários e ordinários para obter o melhoramento da espécie, sem admitir a existência de pessoas danificadas. Quando 547, uma jovem extraordinária, que vive na parte alta da ilha, presencia a eliminação de um danificado, decide ir para a parte baixa da ilha. Lá, ela finge ser uma ordinária e inicia pesquisas sobre as reabilitações para evitar outras mortes ao se questionar: Por que pessoas danificadas não merecem uma segunda chance? "Podemos melhorar a vida da nossa comunidade e o que não pode ser melhorado será eliminado." Trecho do livro. Ainda não sei o meu nome é uma distopia romântica juvenil indicada para todos os leitores que não têm medo de descobrir como será a humanidade em um futuro próximo. Comentário do Assis Brasil sobre um capítulo do livro durante as aulas da Oficina de escrita: "Queria anotar uma coisa que me chamou a atenção: como suas personagens estão se humanizando, Zuleide! Agora começo a reconhecê-las como seres iguais a nós, vivendo uma situação distópica. Isso não é fácil de realizar, literariamente falando - e isso me lembra os melhores de Margaret Atwood, Ray Bradbury e os últimos do Ian McEwan. Parabéns!"


Resenha: Distopia + romance: dois gêneros que, particularmente, me conquistam demais. Então já é de se imaginar que seja uma combinação incrível numa história juvenil. E é assim que conhecemos o título "Ainda não sei o meu nome", da autora Zuleide Lima.

Em um cenário misterioso. instigante e cheio de peculiaridades, o leitor tem a oportunidade de acompanhar a jovem extraordinária 547, em uma jornada tortuosa, ao mesmo tempo em que se mostra esperançosa pela humanidade explorada.

Pessoas são definidas por meio de nomes, o que por si só já gera uma curiosidade enorme sobre suas origens, destino e relacionados. Tudo é controlado, as regras são claras e os objetivos precisam ser cumpridos conforme o esperado. Há muito poder e perigos envolvidos, assim como funções rigídas no processo. 

Mas será que tudo está seguindo da forma correta? Fatos inquietantes e a busca por identificação própria comprovam que não, e são as pequenas atitudes e descobertas que acabam fazendo muita diferença por aqui.

"Nem sempre tomar a decisão certa fará quem você ama feliz."

A história é fascinante e igualmente complexa por conta das temáticas situadas e também pelas consequências geradas. Observa-se o quanto a narrativa é habilidosa e consistente ao apresentar um universo que explora a ética e dilemas morais que se complementam.

De tal forma, compreende muitos questionamentos desde as primeiras páginas, garantindo um envolvimento ainda maior nessa ambientação tão enigmática e carregada de detalhes significativos. 

È um enredo que abre espaço para discussões interessantes e provocativas, bem como críticas sociais e reflexões baseadas nas ações descritas nesse decorrer. Por mais que seja uma trama distópica, é muito bom poder acompanhar o desenvolvimento de personagens mais realistas. Como consequência, sentimentos se tornam mais expostos

Uma leitura rápida, diante de suas 167 páginas, porém mais que isso, se torna envolvente justamente por conta da narrativa ser tão bem explorada neste contexto.

Classificação: 5/5

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