Sinopse: Um passo mal dado... e uma vida que se desfaz depois dele! Essa é uma tragédia humana das mais antigas, que tem se repedido desde sempre na experiência de um sem número de pessoas, e, em cada uma dessas repetições, sempre com nuances próprias. Em “Mesmo que entregasse o corpo às chamas”, a protagonista Maria Lúcia vive, ao seu modo, o drama daqueles que cometem um erro tolo e desencadeiam uma série de consequências sobre as quais não têm controle algum e que acabam por moldar o seu destino, destruindo tudo o que se tinha como importante: a fé, a família, a boa imagem de si mesma. Mas, ao final de tudo, ela descobre que, por mais desnorteantes que sejam as consequências de seus erros, a vida sempre oferece a possibilidade de uma redenção final que, ainda que não apague todas as dores, abre espaço para um recomeço.
Resenha: "Mesmo que eu entregasse o corpo às chamas" do autor nacional Alexandre Semedo de Oliveira (Editora Penalux). Uma história crível e intricada ao explorar um lado sombrio e complexo de uma personagem que trava uma batalha intensa consigo mesma.
É preciso voltar no tempo para entender algumas atitudes. E é exatamente por isso que tudo começa a se encaixar de uma maneira viciante e muito perceptiva. O autor soube muito bem como desenvolver as conexões em torno dos acontecimentos retratados.
Maria Lúcia é uma protagonista que se vê em meio a emoções inesperadas, valores invertidos e eventos incontroláveis. Na verdade, ela mesmo se colocou em determinadas situações e atos impulsivos, já que seus erros geraram os desafios e consequências aos quais precisa lidar.
Ela, casada com Marcelo, trabalha como empregada doméstica para Leandro e sua esposa Caridad. Já era de se esperar que diante as cenas que seguem, Maria Lúcia se envolveria com seu patrão. Isso que, levando em conta, os sonhos, ambições, desejos e promessas inseridas. Mas uma das tantas questões essenciais é: as decisões feitas valem a pena?
São relacionamentos distintos, mas que ao mesmo tempo são conturbados e envolvidos de uma vez só. Muitas coisas acontecem com esses personagens, mas todos apresentam aspectos únicos. Nota-se que é proposital a forma visceral como ambos são situados. E, sem contar que, há muitos ressentimentos que os engloba.
Sua jornada é cercada por tensão, dramas familiares, julgamentos e fragilidades, mas não há como negar que reflete bem a fé e a coragem como enfrenta as problemáticas. E o texto deixa tal aspecto mais claro visto o contexto, respostas e o modo como Maria Lúcia se comporta. Um retrato palpável diante eventos devastadores.
Diz muito a respeito de escolhas, limitações, recomeços, esperança, transformações, possibilidades e redenção em uma narrativa carregada de angústia, dores, profundidade, questionamentos e sentimentos que confrontam a natureza humana.
Claro que, diante todos esses elementos e perspectivas, o leitor é convidado a refletir muito sobre a sua realidade por conta do contexto trabalhado.
Classificação: 5/5
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